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Primeira academia angolana das pescas arranca com 576 alunos e a pensar na exportação

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A primeira instituição de ensino superior em Angola dedicada exclusivamente às pescas e ciências do mar foi hoje inaugurada pelo vice-Presidente da República na cidade de Moçâmedes, recebendo desde maio os primeiros 576 alunos e pensando em exportar serviços.

A Academia de Pescas e Ciências do Mar do Namibe é um projecto lançado há cerca de uma década, distribuído em duas fases, com o apoio do Governo da Polónia, que disponibilizou financiamento e parte do corpo docente.

“A participação de professores polacos e de outras nacionalidades durante os próximos anos garantirá o cumprimento de normas internacionais vigentes no ensino superior nas ciências do mar. Assim, ao concluir os cursos, os jovens angolanos formados na Academia de Pescas e Ciências do Mar do Namibe receberão diplomas reconhecidos internacionalmente”, destacou a ministra das Pescas de Angola, Vitória de Barros Neto.

A construção da academia propriamente dita, liderada pela empresa polaca Navimor e que envolveu outras 100 subempreiteiras chinesas, portuguesas e angolanas, custou cerca de 70 milhões de euros, distribuindo-se por cinco edifícios, com nomeadamente 30 laboratórios de investigação, entre outras valências.

“A Academia de Pescas e Ciências do Mar do Namibe poderá receber estudantes de outros países da região que não dispõem de universidades semelhantes, fazendo com que Angola surja como exportador de serviços educacionais de alto nível”, enfatizou a governante angolana, no discurso de inauguração.

O apoio polaco teve ainda uma componente educacional de apoio, através da Academia Marítima de Gdynia, que contribui para a elaboração de programas de ensino, livros e manuais, além da formação do núcleo inicial de quadros.

A Academia, localizada na cidade de Moçâmedes, capital da província do Namibe, no sul de Angola, funcionará com a Faculdade de Pesca, Faculdade de Processamento de Pescado e de Exploração de Recursos Aquáticos.

A Lusa noticiou em dezembro último que os polacos do Bank Gospodarstwa Krajowego (BGK) vão assegurar o financiar de uma empreitada de 58,6 milhões de euros da na construção desta academia.

De acordo com informação de um despacho presidencial angolano a que a Lusa teve acesso, é necessário “expandir o escopo de trabalhos” do projeto de construção daquela academia.

Para o efeito, e no âmbito do programa de capacitação, modernização e revitalização do setor das pescas em Angola, o despacho aprova a terceira fase do contrato de construção, equipamento, serviços e programa educacional da Academia de Pescas e Ciências do Mar do Namibe pelo valor máximo de 63.157.894 dólares (58,6 milhões de euros).

No mesmo despacho é autorizada a contratação da obra entre o Ministério das Pescas e as empresas polacas Navimor International e Ograniczona Odpowiedzialnoscia.

O financiamento, lê-se ainda, será garantido com recurso ao acordo entre o Governo angolano e o banco polaco BGK.

A academia vai funcionar num regime de parceria de gestão público-privada, segundo decisão governamental de 2016.

A Academia de Pescas e Ciências do Mar do Namibe foi formalmente criada por despacho presidencial de 18 de maio de 2016, sendo justificada no documento com a aposta no desenvolvimento do setor pesqueiro nacional.

O despacho define que esta instituição será gerida pelos ministérios do Ensino Superior e das Pescas, este último autorizado a “seleccionar as entidades empresariais públicas e privadas com idoneidade técnica e financiar para participar” na sua “gestão e financiamento”, num modelo de “parceria público-privada”.

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