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Presidentes de África do Sul e Nigéria reúnem-se após violência xenófoba
Os presidentes da África do Sul e da Nigéria reúnem-se hoje no país sul-africano, encontro que ocorre poucos dias depois de episódios de violência xenófoba neste Estado.
Aagenda da reunião entre o Presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, e o seu homólogo sul-africano, Cyril Ramaphosa, aponta para a discussão das ligações comerciais e da cooperação política, num período em que ambas as economias enfrentam dificuldades, mas a recente violência xenófoba na África do Sul, que afetou nigerianos, ameaça dominar o diálogo.
A reunião entre os dois chefes de Estado é o ponto alto da visita de três dias da comitiva nigeriana a solo sul-africano, a primeira desde 2013.
A visita de Buhari, que se faz acompanhar de 10 governadores e ministros, estava já planeada antes dos episódios que mataram pelo menos 12 pessoas na África do Sul.
Esta violência revoltou a administração de Buhari e levou centenas de trabalhadores nigerianosexpatriados a regressarem ao seu país.
Alvos de ataques motivados por vingança, várias empresas sul-africanas foram obrigadas a encerrar temporariamente.
Os dois governos enviaram então missões diplomáticas para as capitais do outro país, enquanto Pretória ofereceu as suas “sinceras desculpas” num esforço de acalmar os ânimos.
A Presidência da Nigéria afirmou que Buhari iria utilizar a visita de Estado para discutir “o bem-estar dos nigerianos e encontrar um meio-termo para a construção de uma relação harmoniosa”.
O Presidente da Nigéria vai ter uma reunião com nigerianos que vivem na África do Sul para ouvir as suas experiências e para mostrar a preocupação do executivo.
No entanto, este assunto não foi abordado no anúncio da visita por parte da Presidência sul-africana, que se focou na tentativa de reforçar o comércio e os negócios entre as duas principais economias africanas.
Os dois líderes vão participar num fórum negocial e presidir a um encontro da comissão binacional África do Sul-Nigéria, que pretende estimular a cooperação entre os países.
Muhammadu Buhari, que conquistou um segundo mandato presidencial em fevereiro, pretende diversificar a economia nigeriana, tornando-a menos dependente do petróleo, sendo que a África do Sul se apresenta como um parceiro fundamental para estimular os setoresagrícola e mineiro.
Ainda assim, apesar da assinatura do Acordo de Livre Comércio Continental Africano (AfCFTA), em julho, Buhari tem realizado iniciativas protecionistas, ao aumentar as restrições aplicadas à importação de alimentos e ao bloquear o fluxo de bens dos vizinhos Benim e Níger.