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Presidente inaugura Laúca na sexta-feira
A justificação oficial para o adiamento foi que ocorreu uma avaria na primeira turbina, apesar de nas redes sociais e em alguns sites de notícias e jornais se ter avançado que o adiamento da inauguração deste investimento superior a 4,5 mil milhões de dólares se deveu à indisponibilidade momentânea do Presidente da República para se deslocar ao local, ou ainda a questões financeiras por acertar com as construtoras da hidroeléctrica.
Com uma capacidade global de 2 070 megawhatts eléctricos (MWe), o Aproveitamento Hidroeléctrico de Laúca (AHL), localizado no rio Kwanza, na província de Malanje, vai iniciar a produção com 330 MWe, referentes à primeira de seis turbinas, sendo o seu contributo para produção de electricidade tido como fundamental para diminuir fortemente os sucessivos apagões na capital do país.
Apesar dos mais de 4,5 mil milhões de dólares investidos neste megaprojecto, a data inicialmente divulgada, 21 de Julho, para a sua aguardada inauguração, não se concretizou, tendo sido divulgado como justificação oficial que tinha ocorrido uma avaria.
Agora, embora ainda não tenha sido confirmado oficialmente, nem se a cerimónia de inauguração vai contar com a presença de José Eduardo dos Santos, fonte ligada à organização da cerimónia adiantou ao Novo Jornal Online que tudo está a ser preparado para que Laúca passe a “on” na próxima sexta-feira.
Considerada como uma das obras emblemáticas do fulgor económico que atravessou Angola na última década, Laúca, situada entres as províncias de Malanje e Kwanza Norte, começou a encher a sua albufeira a 11 de Março último, numa cerimónia a que presidiu o Chefe de Estado, mantendo-se a expectativa de que José Eduardo dos Santos possa vir a estar presente no momento de arranque da produção nesta obra que rivaliza com as maiores do continente africano.
A presença de José Eduardo dos Santos tem também um significado histórico porque, a escassos 18 dias das eleições gerais, esta é a última grande obra pública que deverá inaugurar enquanto Chefe de Estado, visto que não se recandidata no escrutínio de 23 de Agosto, e Laúca poderá ser olhada como um fecho de ciclo no esforço de reconstrução nacional iniciado depois do fim da guerra, em 2002.
Entretanto, sobre a definição do projecto final de Laúca, o Presidente José Eduardo dos Santos assinou um despacho que autoriza o empréstimo de pouco mais de 265 milhões USD, feito pelo banco Standard Chartered, estando esta verba destinada à rede de transporte de energia a partir desta barragem.
Laúca terá um custo final próximo dos 4,5 mil milhões de dólares norte-americanos e a sua construção foi da responsabilidade da brasileira Odebrecht, contando com a linha principal de financiamento um crédito concedido pelo Brasil.
O enchimento paulatino da albufeira estará concluído, de acordo com as informações avançadas pelo Governo, em finais de 2018, altura em que atingirá a quota máxima dos 850 metros, estando a partir deste momento criadas as condições para que o fornecimento de electricidade às principais cidades passe a ser feito sem anomalias.
Recorde-se que o enchimento desta albufeira foi apontado como responsável pelos sistemáticos cortes de fornecimento na capital do país porque, porque, devido à escassez de água no rio Kwanza, foi necessário restringir o caudal nas albufeiras de Cambambe e de Capanda, diminuindo assim a sua capacidade de produção de energia, que, somada, 960 MWe e 520 MWe respectivamente, fica aquém de Laúca com os seus 2 070 MWe.
Mas se Laúca pode ser vista como o fecho de um ciclo de reconstrução liderado por José Eduardo dos Santos, é também uma barragem que pode marcar o início de outro, esta ainda maior e mais cara: Cacula Cabaça.
A barragem de Cacula Cabaça, projecto que tem sido falado como parte do projecto exportador do país porque permitirá abastecer de electricidade os países vizinhos, foi apontado pelo ministro da Energia e Águas como podendo fazer Angola chegar aos 9 000 MWe de capacidade.
Esta, se for construída, será a maior barragem do país, com mais de 2 170 MWe de produção e com um custo apontado, há cerca de dois anos, para os 4, 55 mil milhões de dólares, com os chineses da CGGC (China Gezhouba Group Corporation) & Niara Holding, a liderar a sua construção.