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Presidente do Senegal defende o perdão da dívida africana
Em entrevista à RFI e France 24, o Presidente do Senegal, Macky Sall, defendeu a importância de se pôr em prática o perdão das dívidas africanas, numa altura em que o covid-19 arrasta as economias do continente para uma crise sem precedentes.
O Chefe de Estado do Senegal, Macky Sall, defendeu a importância de se pôr em prática o perdão das dívidas africanas, numa altura em que o covid-19 arrasta as economias do continente para uma crise sem precedentes.
Na semana passada, O G20, grupo de maiores potências e potências emergentes, acordou uma moratória de um ano em relação ao pagamento das dívidas dos países mais pobres, incluindo muitos Estados em África. A medida visa dar tempo aos países mais pobres que estão a braços com a pandemia do novo coronavírus.
O economista guineense Carlos Lopes, professor na Universidade sul-africana do Cabo alega que esta medida não é suficiente para fazer face ao problema. O também antigo Secretário Executivo da Comissão Económica das Nações Unidas para África advoga que o necessário, para dar margem aos Estados africanos para fazer face a esta pandemia de Covid-19, passaria por um dispositivo mais alargado.
Este contemplaria não só os 19 países menos avançados no continente negro, mas também países de desenvolvimento médio, a braços nomeadamente com a queda vertiginosa dos preços das matérias-primas e a desvalorização das respectivas moedas.
Na óptica de Carlos Lopes uma moratória de um ano para pagamento do serviço da dívida, como decretado pelo G20, em coordenação com o preconizado anteriormente pelo FMI, Fundo monetário internacional, não é suficiente.
Seria preciso o perdão completo do peso da dívida deste ano, afirma o economista guineense que aposta numa recuperação rápida da economia global em 2021.
A dívida africana ascende actualmente a cerca de 365 mil milhões de dólares.
C/ RFI