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Presidente do Senegal anuncia fim de mandato para 02 de Abril – eleições permanecem sem data
O presidente do Senegal, Macky Sall, disse esta quinta-feira, que 02 de Abril marcará o fim do seu mandato como presidente do país da África Ocidental. Acrescentou, no entanto, que é improvável que a eleição de um novo presidente seja concluída antes disso.
O anúncio de Sall poderá atenuar os receios de que estivesse a planear alargar o seu governo no país, uma questão que contribuiu para um clima político tenso e, por vezes, para protestos violentos num país visto como uma das democracias estáveis da região.
O anúncio ocorreu depois de o Conselho Constitucional do país, a mais alta autoridade eleitoral, ter decidido na semana passada que um adiamento da votação por 10 meses era ilegal. A eleição estava inicialmente marcada para 25 de Fevereiro.
“02 de Abril de 2024 será o fim do meu mandato à frente do país, o fim da minha relação vinculativa com o povo senegalês como Presidente da República. Gostaria que este debate fosse claramente resolvido”, disse Sall durante uma entrevista na televisão nacional.
Sall disse, no entanto, que não pode emitir um decreto para realizar as eleições antes de ter lugar um diálogo nacional.
“O diálogo, que incluiria grupos da sociedade civil, partidos políticos e candidatos, está previsto para começar na segunda-feira e provavelmente terminará na terça-feira”, disse.
O presidente do Senegal afirmou que os candidatos que não tenham sido aprovados pelo Conselho Constitucional também serão convidados para o diálogo.
Figuras proeminentes da oposição, incluindo o político incendiário Ousmane Sonko e Karim Wade, filho do ex-presidente Abdoulaye Wade, foram excluídas da lista de 19 candidatos aprovados para as eleições.
Questionado sobre o candidato da oposição Bassirou Diomaye Faye, que está detido desde o passado Abril, Sall disse que poderia beneficiar de uma libertação provisória para poder participar no diálogo.
Prometeu, na semana passada, que iria acatar o pedido do Conselho Constitucional para que a votação fosse agendada o mais rapidamente possível, depois de a crise ter desencadeado protestos violentos nas ruas e avisos de excessos autoritários.
Por Reuters