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Presidente do Maláui retira poderes ao seu vice por corrupção
O Presidente do Maláui, Lazarus Chakwera, anunciou hoje a retirada de todos os poderes ao seu vice-presidente, Saulos Chilima, e a suspensão do chefe de gabinete da Câmara dos Representantes e do chefe da polícia por corrupção.
“A Constituição não permite a suspensão (do vice-presidente) pelo Presidente, porque ele está nessa posição por vontade dos eleitores do Maláui, e isso é algo que vou respeitar”, disse Chakwera, num discurso transmitido pela televisão.
“O melhor que posso fazer é (…) esperar que a justiça corrobore as acusações contra ele”, acrescentou.
O Presidente do Maláui fez o anúncio depois de tornar públicas as conclusões de um relatório do Gabinete Anticorrupção (ACB, na sigla em inglês) do país, que apontava o empresário Zuneth Sattar, nascido no Maláui mas residente no Reino Unido, como tendo subornado vários funcionários do Governo para obter contratos multimilionários.
De acordo com as conclusões do relatório, cinco empresas de Sattar receberam 16 contratos no valor de 150 milhões de dólares (cerca de 142 milhões de euros) entre 2017 e 2021.
Chakwera disse que esses contratos violavam as leis de concessão e também tinham preços muito altos.
Embora o Presidente do Maláui ainda não tenha tomado medidas contra outros funcionários, o relatório do CBA também revelou que um total de 53 funcionários do Governo, incluindo militares, juízes, polícias e membros do Ministério da Justiça e o gabinete do Presidente também foram implicados neste escândalo de corrupção.
Sattar, de 41 anos, também está a ser investigado no Reino Unido depois de ter sido detido pelas autoridades britânicas por alegada corrupção para fechar três contratos públicos com o Governo do Maláui.
O empresário negou todas as acusações, disse o seu advogado, Simon Farrell, recentemente num tribunal do Reino Unido.