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Presidente da República reafirma intenção de Angola continuar apostar na agricultura

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O Presidente da República, João Lourenço, reiterou nesta quarta-feira, 17, a intenção do seu governo de “construção de uma economia de mercado que seja capaz de diversificar efectivamente a economia nacional e alterar em termos definitivos a estrutura económica de Angola, hoje muito dependente dos recursos do sector petrolífero”.

O Chefe de Estado angolano, que discursava na 44ª Sessão do Conselho de Governadores do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), que decorreu em formato híbrido, durante o qual informou aos participantes, que do ponto de vista económico, o executivo angolano tem desenvolvido várias iniciativas para melhorar o ambiente de negócios e atrair investimento privado directo, nacional e estrangeiro.

“Precisamos de fomentar o crescimento do sector não petrolífero da economia, por ser aquele que mais postos de trabalho cria e que, por isso, está em melhores condições de contribuir para o aumento dos rendimentos e do bem-estar dos angolanos”, disse, acrescentando que “temos prestado uma atenção especial a sectores como a agricultura, a agro-indústria, as pescas, as indústrias extractiva e transformadora, a construção, o turismo e outros sectores intensivos em mão-de-obra”.

A aposta na revitalização e no desenvolvimento da agricultura em Angola, vai, segundo João Lourenço, permitir “reduzir a nossa grande dependência no que respeita à importação de produtos alimentares”, onde se verifica que as acções já realizadas mostram que os resultados começa ser visíveis.

Redução nas importações

O chefe de Estado angolano cita como exemplo desse desenvolvimento, o crescimento de 5% em 2020, ano marcado pelo crescimento global negativo, em decorrência da covid-19.

Outro dado importante, na perspectiva de João Lourenço é o facto de as importações de bens alimentares terem registado no passado uma redução de 24%, que entende ser “um sinal de que a produção nacional começa a ganhar espaço e a substituir os produtos que antes eram importados”.

Por outro lado, mostrou-se insatisfeito com os resultados dos programas e projectos de Extensão Rural e de financiamento concessional aos operadores rurais e do agronegócio que têm sido recebido créditos com taxa de juros bonificadas, ao afirmar que “apesar de estarmos a registar resultados positivos na implementação destes programas e projectos agrícolas, entendemos que podemos fazer mais e melhor na criação de condições para a retoma do crescimento económico do país em geral, e para o desenvolvimento do sector agrícola e rural, em particular.

Para mudar o actual quadro, João Lourenço defende um maior envolvimento de organizações de agricultores, bem como reforçar o contributo de pequenas, médias e grandes empresas “que actuam a montante e a jusante da produção agropecuária”, por meio do fornecimento de bens e serviços de apoio à produção, da aquisição, processamento e distribuição de produtos de origem local.

Outra aposta defendida pelo Presidente da República para tornar o sector da agricultura mais atractivo e competitivo, é a necessidade de se intensificar e estender os programas e projectos de abertura e reabilitação das vias de acesso, o aumento da oferta dos serviços de educação e saúde, abastecimento de água, electrificação rural, pesquisa e inovação. “Todas estas medidas devem estar viradas para o aumento da produção e da produtividade dos produtos de origem local”, considerou.

Destacou ainda o apoio que o país tem vindo a receber, de organizações internacionais, parceiras do Estado angolano, como o FIDA, o Banco Mundial, o Banco Africano de Desenvolvimento, a Agência Francesa de Desenvolvimento, a União Europeia, cujo contributo tem ajudado o país a aumentar a sua resiliência e autonomia, “atingindo os objectivos da luta contra a pobreza e aumento da segurança alimentar e nutricional, perfeitamente alinhados com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável traçados pelas Nações Unidas”.

O presidente João Lourenço terminou a sua intervenção, agradecendo o FIDA, que tem “mobilizado, de forma crescente, recursos técnicos e financeiros para executar os projectos de desenvolvimento agrícola e pesqueiro, intervindo nos domínios-chave de pesquisa e extensão agrárias, reabilitação de infraestruturas rurais, apoio directo aos investimentos produtivos e promovendo o acesso aos mercados”. Estas acções, acrescenta, tem beneficiado “a mais de 480 mil famílias em pelo menos dez províncias”.

Garantiu, no entanto, que os esforços que tem sido feitos para a implementação de uma representação do FIDA em Angola, bem como a criação recente junto do Ministério da Agricultura e Pescas da unidade de coordenação dos projectos financiados pelo FIDA, vão permitir aumentar e melhorar a capacidade nacional de implementação dos programas.




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