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Preço do cimento baixa para mil e 700 kwanzas

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A diminuição considerável do preço deste produto, indispensável para a construção civil, constitui uma boa nova para os agentes revendedores, empresas de construção e particulares que utilizam o cimento que, além da redução do preço, também têm a vida facilitada no modo de aquisição.

A aquisição de cimento estava muito difícil há sensivelmente seis meses, quando somente funcionava a fábrica da Nova Cimangola.

O encarecimento e a escassez do cimento no mercado nacional, nos últimos seis meses, deveram-se à falta do combustível Heavy Fuel Oil (HFO), utilizado para produção do clinquer, principal matéria-prima para o fabrico do cimento.

Com a retoma da produção da fábrica CIF, o  mercado nacional, em particular luandense, começou a receber o cimento desta cimenteira a partir desta semana, fruto das medidas tomadas pelo Executivo Angolano, que induziram a Refinaria de Luanda a iniciar, dia 10 deste mês, os primeiros carregamentos de HFO às unidades fabris.

Esta função até então era desempenhada pela outra concorrente Nova Cimangola.

Assim, marca-se o final de um conjunto de constrangimentos e bloqueios operacionais que existia na aquisição deste combustível, facto que satisfaz as cimenteiras, comerciantes e utilizadores do cimento, tendo em conta que a maior parte da população angolana anseia concretizar o sonho da casa própria.

Entretanto, numa ronda efectuada pela equipa de reportagem da Angop, em alguns mercados da cidade capital, foi visível a satisfação dos comerciantes e utilizadores do cimento, apesar de clamarem por uma redução que se ajusta à possibilidade financeira de todos cidadãos.

Ana Gaspar Pouco, revendedora de cimento há 12 anos no mercado do quilómetro 30, em Viana, referiu que, com a paralisação das cimenteiras, adquiria o cimento das mãos dos agentes das fábricas, ao preço de dois mil e 200 kwanzas por cada saco de 50 kg e comercializava no valor de 2.500 kwanzas.

Esta semana, referiu, começou a comprar a AKZ 1.500 para revender a mil e 800 kwanzas.

Abraão Manuel, vendedor de blocos para construção, referiu que, apesar do preço de cimento ter reduzido, é necessário reduzir para 800 kwanzas, visando facilitar o trabalho dos clientes e fornecedores.

António André, revendedor de cimento há quatro anos, no mercado do Zango 4, em Viana, que adquiriu 760 sacos de cimento na CIF a custo de 1.500 kwanzas/saco, mostrou-se satisfeito com a redução de 500 kwanzas em relação ao valor anterior, estando a comercializar ao preço de 1.700 kwanzas.

Madalena Simão, funcionária pública, que pretende começar a construir a sua casa, disse estar feliz com a baixa do cimento, mas espera que baixe ainda mais, para dar inicio à obra.

Na ronda efectuada pela Angop, constatou-se uma disparidade de preços nos mercados e bairros.

Os retalhistas dos mercados Asa Branca e Kwanzas (Cazenga), vendem o saco de 50 kg, de marca Tunga, que custava 2.500 kwanzas, actualmente a 2.000 kwanzas.

Durante uma visita de constatação, efectuada nesta sexta-feira, no CIF, pelo ministro da Construção e Obras Públicas, Manuel Tavares de Almeida, comprovou-se a retomada do funcionamento desta unidade fabril, que está a produzir com apenas uma das duas linhas de produção que compõem a cimenteira.

Na ocasião, soube-se que a cimenteira está a funcionar abaixo da sua capacidade de produção instalada, produzindo cerca de cinco mil toneladas/dia de cimento, por causa da fraca capacidade no fornecimento do HFO da Refinaria de Luanda, que diariamente só está a fornecer 400 toneladas de fuel à cimenteira, contra as 600 toneladas deste combustível que cada linha de produção necessita.

Para tal, o ministro Manuel Tavares de Almeida advogou a necessidade de se trabalhar no sentido de a Refinaria de Luanda aumentar a sua capacidade de fornecimento do HFO às fábricas, aumentando a capacidade de produção e consequentemente a redução do preço de cimento.

Quanto ao aumento do preço de outros tipos de materiais de construção, como a chapa de zinco e o varão de aço, o governante assegurou que nos próximos dias vai visitar, juntamente com o Ministério da Indústria, algumas unidades fabris para constatar os factores que estão na base da subida destes equipamentos no mercado nacional e por conseguinte dar uma solução nesta situação.

Com o funcionamento pleno das cinco cimenteiras existentes no país, designadamente as fábricas da CIF, Nova Cimangola, Fábrica de Cimento do Kwanza Sul (FCKS), Secil (em Benguela) e Cimenforte (Benguela), Angola conta com uma capacidade de produção de cimento de 8,6 milhões de toneladas/ano.

Esta capacidade faz o país passar a ser auto-suficiente na produção deste produto, tendo em atenção que as necessidades do país rondam as seis milhões de toneladas/ano.




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