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Entrevista

“Precisamos fortalecer o sistema nacional de gestão de resíduos” – Ambientalista

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Arrancou esta semana, a consulta Pública do Plano de Eliminação dos Plásticos em todo o país. O Secretário de Estado para o Ambiente avançou que a consulta tem como propósito ouvir as partes interessadas, nomeadamente o sector empresarial privado e académicos.

Para Yuri Santos, um dos grandes desafios que a tutela enfrenta é a gestão dos resíduos e referiu que com esta consulta, a meta é a concepção de uma política realista para o sector ambiental.

O ambientalista Rafael Lucas considerou a medida como uma abordagem estratégica necessária para enfrentar os desafios ambientais causados pelo uso descriminado deste material.

O especialista da organização minuto Verde Angola apontou o fortalecimento do sistema de gestão de resíduos e investir em infra-estruturas modernas para a recolha selectiva e reciclagem, como algumas soluções para o sector.

Leia abaixo a entrevista com Rafael Lucas 

Em que consiste o Plano de Eliminação dos Plásticos em Angola? 

Bem, o plano do Executivo angolano para a banição gradual do plástico acreditámos nós ser uma abordagem estratégica necessária para, digamos, enfrentar os desafios ambientais causados pelo uso indiscriminado deste material. Trata-se, na verdade, de um processo gradual de substituição de plásticos descartáveis por alternativas mais sustentáveis, permitindo, assim, que os sectores produtivos, os consumidores, bem como os gestores de resíduos, adaptem-se às novas mudanças.

Acredita na eficácia deste plano?

Nós, Minuto Verde Angola, enquanto uma organização não-governamental voltada à preservação e protecção da natureza, consideramos que a implementação desta política, na verdade, requer medidas mais eficazes e inclusivas, onde devem desenvolver todos os sectores da sociedade civil.

O que seria necessário?

Entendemos que, para o alcance deste objectivo, do Plano de Eliminação de Plástico 2025-2027, queremos propor aqui algumas políticas que achamos que podem, até certo ponto, também ajudar para o sucesso deste plano.

Quais seriam essas políticas?

A primeira política tem a ver com o fomento de alternativas sustentáveis, incentivar, na verdade, a produção e a utilização de matérias biodegradáveis ou recicláveis, como sacolas de pano, embalagens reutilizáveis e outros materiais de menor impacto, pode ser uma excelente política para o sucesso deste plano que está sendo gestado pelo governo angolano. A outra política que é importante destacar é o fortalecimento do sistema de gestão de resíduos, onde, infelizmente, a nossa falha consiste ali.

E como colmatar essa situação? 

Investir, na verdade, em infra-estruturas modernas para a recolha selectiva e reciclagem, facilitando a reutilização de materiais de plásticos e reduzindo, é óbvio, o volume de resíduos descartados. Queremos aproveitar e destacar também a outra política muito importante, é o incentivo económico e fiscal, ou seja, conceder benefícios fiscais para as empresas que, na verdade, adoptem práticas ambientalmente mais responsáveis, como a substituição de plásticos descartáveis por alternativas sustentáveis. Então, essas são as propostas que nós entendemos fazer referência aqui, que devem ser encaixadas.

Acha que somente este Plano é suficiente para solucionar a problemática? 

É óbvio que no âmbito desse plano tem também outras políticas, mas estas entendemos que podem, digamos, ajudar para a execução e o sucesso deste plano de eliminação do plástico que o governo angolano está, digamos, levando a cabo. Agora, é quase difícil, se não traçarmos boas políticas, se não for um plano com políticas excelentes, políticas claras e objectivas, é quase difícil conseguirmos alcançar num cronograma definido, em 2027, ou num período definido, em 2027, 2025, 2027, é quase difícil reduzirmos ou eliminarmos o plástico na sua plenitude em Angola, mas, conforme fiz referência já no começo, há necessidade de se fazer um trabalho gradual, mas a eliminação do plástico na sua plenitude, neste horizonte temporal definido pelo governo angolano, temos apenas certeza, que nós entendemos que este é um dos maiores desafios que o nosso país enfrenta. Então, carece do envolvimento de todos, carece do empenho de todos para que consigamos atingir o sucesso.

Radio Correio Kianda




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