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Precisamos “desarmar as nossas mentes” para o fim dos conflitos em África

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O Presidente da República, João Lourenço, no seu discurso virtual, esta terça-feira, 31, alertou sobre a necessidade dos africanos “desarmarem as mentes para trabalharem de mãos dadas e dentro do espírito de fraternidade, para por um fim aos conflitos que subsistem na África Ocidental, na África Central, na Região dos Grandes Lagos, na África Oriental e no Corno de África”.

João Lourenço, que discursava enquanto Campeão da União Africana para a Paz e a Reconciliação no continente, por ocasião da comemoração inaugural do Dia da Paz e Reconciliação em África, disse que “esta decisão constitui uma grande honra para o Governo e o povo angolano, por ser um reconhecimento da nossa experiência em matéria de construção da paz em Angola, que perdura há duas décadas”.

O Chefe de Estado disse ainda que só é possível alcançar a paz e a reconciliação em África com “acções voltadas à criação do espírito de confiança e de unidade na diversidade para a prevenção, gestão e resolução de conflitos”.

Nesta data, sublinhou o Presidente, “permitam-me chamar a atenção para os graves problemas que enfrentamos em África onde, lamentavelmente, os conflitos armados agravam o flagelo da fome, da miséria e das doenças, provocam migrações forçadas das populações, afastam o investimento privado estrangeiro, aumentam o desemprego, assim como outros males que afectam o quotidiano de milhares de cidadãos de África”, alertou.

“Deixemos definitivamente para trás o passado conturbado de desentendimento, de desarmonia e de discórdia que condicionou e comprometeu a execução de estratégias de desenvolvimento que ajudariam a impulsionar o nosso crescimento económico e colocar-nos a um nível aceitável de competitividade com outras regiões do mundo”.

João Lourenço chamou também atenção para a necessidade da responsabilidade colectiva no término e manutenção da paz no continente.

“Devemos assumir a nossa responsabilidade colectiva no que respeita aos esforços a envidar para realizarmos um dos propósitos definidos na Agenda 2063 da União Africana, nossa organização continental, que consiste em alcançarmos o quanto antes o objectivo não concretizado de silenciar as armas no nosso continente”.

Importa reconhecer, disse o Chefe do Executivo angolano, “a necessidade vital de envidarmos todos os esforços ao nosso alcance para garantirmos o funcionamento eficaz das nossas jovens democracias, que não estando ainda ao nível das mais avançadas, contudo devem estar capazes de dissipar tensões e factores de discórdia que têm servido de pretexto para as inaceitáveis mudanças inconstitucionais de governo que se vêm sucedendo nos últimos tempos”.

“A nossa ambição é ver num futuro não muito longínquo o nosso continente economicamente forte e socialmente estável, que supere o analfabetismo, a fome e a miséria, que garanta emprego e bem-estar para os seus filhos. Este velho sonho é realizável se todos juntos trabalharmos para alcançar uma paz definitiva em todo o continente, declarando tolerância zero ao terrorismo, aos golpes de Estado e às guerras inter-étnicas, inter-religiosas e entre países vizinhos”, instou.




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