Politica
Praga de gafanhotos devasta mais de dois mil hectares no Sul do país
O Secretário de Estado da Agricultura e Pescas, João Manuel Bartolomeu da Cunha, disse, nesta quarta-feira, 19, em Luanda, que a praga de gafanhotos que vem assolando vários municípios do Sul do país já devastou mais de 2.650 hectares de terra cultivadas.
João Cunha falava na abertura da vídeo-conferência realizada pelo Ministério da Agricultura e Pescas, em parceria com os homólogos da Namíbia e Zambia, com vista a encontrar soluções conjuntas, para o combate à praga.
De acordo com o governante, do trabalho até aqui realizado por Angola para o controlo e monitorização e combate da praga de gafanhoto, consta a elaboração do Plano Nacional de Reparação e Resposta para controlar e monitorizar o surto de gafanhotos, acções de pulverização.
Segundo fez saber, essas acções têm surtido efeito, razão pela qual há “mais de oito dias que não se reportam acções de praga de gafanhotos nas províncias do Cunene e Cuando Cubango”.
Sobre o encontro, o Secretário de Estado disse ser uma oportunidade de diálogo no combate à praga que assola os três países, tendo advogado esforço conjunto de forma coordenada e organizada.
João Cunha disse que a praga dos insectos foi registada pela primeira vez no país, em Junho de 2020, nas províncias do Moxico, Cunene e Cuando Cubango, sendo que esta última foi, de acordo com o governante, a mais afectada, tendo registado “a presença de bandos e grandes nuvens de gafanhotos nos municípios de Dirico, Rivungo, Cuangar e Calai”.
“Passados nove meses, em Abril de 2021, surgiram novos bandos de gafanhotos na província do Cunene, e com maior incidência nos municípios de Cuanhama, Cahama, Namacunde, Curoca e Cuvelai”, disse, acrescentando que no corrente mês de Maio a praga foi registada nas províncias de Benguela e Namibe, estando nesta altura a observar-se “grandes nuvens de gafanhotos no município da Humpata”, na província da Huíla.
O governante angolano disse ainda que o seu Governo solicitou apoio da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), para o combate.
Avançou ainda que uma das acções implementadas pelo Governo angolano foi a criação de uma comissão interministerial que está a coordenar os trabalhos a nível nacional e com orientações para cooperar com os países da África Austral no combate à praga.
Participaram da vídeo conferência delegações de Angola, Namíbia e Zambia. Da parte de Angola, além do Secretário de Estado da Agricultura e Pescas, João Cunha, estiveram na sala, directores nacionais e provinciais. Da parte namibiana, a delegação foi chefiada pela Vice ministra da Agricultura e Águas e reforma agrária, Anna Shiweda, ao passo que da Zambia foi o Secretário de Estado da Agricultura, Songowayo Zyambo.
Respeito pelos limites fronteiriços dificulta combate à praga de gafanhotos