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Politica

Possível saída da RDC da OIF dentre assuntos conversados por João Lourenço e Macron

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No Dia Internacional da Francofonia (IWD), celebrado a 20 de Março, os presidentes João Lourenço e Emmanuel Macron mantiveram uma reunião por via telefónica, para, segundo comunicado, tratar das relações bilaterais e de questões regionais.

Embora a Presidência da República não tenha detalhado os temas da conversa, o Correio da Kianda sabe que o Governo da República Democrática do Congo, maior país de língua francesa do mundo, recusou, ontem, celebrar a data.

Numa conferência de imprensa, o porta-voz do governo congolês, Patrick Muyaya, disse que a RDC acusa a Organização Internacional da Francofonia (OIF) de não a apoiar na agressão de que o país é vítima na sua parte oriental. No centro do problema está a escalada do conflito entre as FARDC e o M23, que opõe a RDC ao Ruanda.

“Não nos sentimos suficientemente considerados porque somos a primeira bacia da Francofonia no mundo em termos de falantes, chegamos antes da França. Notamos que não houve o apoio necessário nesta crise vindo da Francofonia, com propostas concretas para além das condenações clássicas”, observou, Patrick Muyaya.

O Chefe de Estado angolano, denominado pela União Africana, em 2022, Campeão para a Paz e Reconciliação no continente, desde então tem se dedicado na resolução do conflito no Leste da República Democrática do Congo, bem como contribuído na normalização das relações político-diplomáticas entre a RDC e o Ruanda, com Kigali e Kinshasa de costas viradas, desde a retomada dos confrontos com os rebeldes do M23 na região.

Entretanto, no início do mês, Paul Kagame e Félix Tshisekedi aceitaram sentar à mesma mesa, em data ainda a ser definida por Luanda.

Durante a conferência de imprensa, Patrick Muyaya também ameaçou a retirada do seu país da OIF, o que, segundo fontes do Correio da Kianda, estaria dentre os assuntos conversados na reunião de ontem, entre João Lourenço e Emmanuel Macron.

“Vamos avaliar a nossa pertença à Francofonia e, no final desta avaliação, serão tomadas decisões. A opção de saída da Francofonia para muitos congoleses não pode ser excluída”, indicou, o porta-voz Patrick Muyaya.