Politica
Polícia retira escoltas a deputados da UNITA e trava caravana de inquérito em Cafunfo
Quatro deputados da UNITA encontram-se retidos, desde as primeiras horas da tarde desta quarta-feira, 03, nas matas da província da Lunda Norte, depois de terem sido interpelados pela Polícia de Intervenção Rápida (PIR), que travou a caravana de inquérito que tentava chegar em Cafunfo, palco das últimas manifestações que resultaram em diversas mortes.
Segundo o deputado da UNITA, Joaquim Nafoia, que avançou com as referidas informações, em entrevista ao Correio da Kianda, falando a partir do local onde encontram-se retidos, a caravana composta pelos deputados Sediangani Mbimbi, Alberto Francisco Ngalanela, Rebeca Muaca, Domingos Oliveira e pela activista Laura Macedo, foi interpelada a 15 quilómetros de Cafunfo, quando saíam do município do Cuango.
Fez saber ao Correio da Kianda, o deputado da UNITA, que um dispositivo das forças de segurança, constituído maioritariamente pela Polícia de Intervenção Rápida, com supostas ordens do segundo Comandante Provincial da Lunda Norte, travou a caravana da UNITA com fortes intimidações e ameaças de detenção, caso resistam às ordens de não darem continuidade ao percurso a Cafunfo.
“Estamos presos e retidos nas matas. O segundo comandante disse que temos de regressar à Luanda, mas nós não vamos ceder a essa chantagem. Vamos fazer greve aqui nas matas, até nos deixarem passar e irmos fazer o nosso trabalho”, disse, Joaquim Nafoia, deputado da UNITA, quando contactado pelo Correio da Kianda.
Segundo o deputado, os constrangimentos em dificultar a deslocação da UNITA a Cafunfo, começaram na zona da Maria Teresa, onde a Polícia, segundo Nafoia, tentou persuadir alguns deputados a não efectuarem testes da covid-19, de forma a serem travados mais adiante. Acrescenta o deputado da UNITA, que os escoltas foram impedidos de realizar os testes, e terá sido por conta disto, qua mais adiante, nas proximidades do Rio Luí, lhes foram retirados os escoltas que com os deputados andam, com alegações, de não terem feito, nem possuírem os testes da covid-19.
“Os Polícias persuadiram-nos para não fazer testes da covid-19, mas nós não aceitamos. Mas os nossos escoltas como são Polícia, não podiam resistir, aceitaram não fazer, mas como sabemos que aquilo era uma artimanha preparada pela Polícia, ontem mesmo, quando chegamos ao rio Luí, nos foi retirado os nossos escoltas, com pretextos, de não terem feito os testes da covid-19”, disse Nafoia.
Entretanto, questionado pelo Correio da Kianda sobre qual seria o próximo passo, uma vez que terão sido impedidos de continuar a viagem, o político e deputado da UNITA disse estarem firme e prometem fazer greve nas matas das proximidades de Cafunfo, onde se encontram, retidos e controlados pela Polícia, até seguirem a Cafunfo.
Nelson Soares
04/02/2021 em 12:01 am
Angola è isto^, violência e arrogância criminosa. Não è uma farda ou cargo que dá autoridade e muito menos prepotência criminosa. A autoridade e o respeito conquistam-se, não se impõe. Isto está a ficar a jeito do poder totalitário. Amanhã não se queixem do passado, que tinham tudo na mão para ser o Dubai de Àfrica, o povo vai de mal a pior.Um Povo simples, dado aos outros, quer viver em Paz mas não os deixam.