Economia
PIB nacional regista queda para -5.8% no III trimestre de 2020
O Instituto Nacional de Estatística (INE) apresentou nesta sexta-feira, 15, em conferência de imprensa, os dados sobre o comportamento da economia angolana no terceiro trimestre de 2020, onde se verificou uma variação negativa do Produto Interno Bruto de -5,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O declínio do PIB nacional em -5.8%, segundo a directora-geral do INE, Shaney John, deveu-se a estagnação que se verificou na ecomonia, sendo a construção, com -1.3%, a extração e refinação do petróleo, com -0.8%, a extração de diamantes e de minerais bem como a pesca, com -0,2% cada e as telecomunicações, com -0.1% as actividades “que mais contribuíram negativamente para a variação do PIB no terceiro trimestre de 2020”.
Entretanto, na variação infra-trimestral, entre o segundo e o terceiro trimestres, houve uma recuperação de 2.7%. O comércio 1.6%, serviços de imoveis e aluguer com 0.7%, a indústria transformadora, com 0.6%, outros serviços, com 0.3%, e serviços da agropecuária com 0.2%, sãos as actividades que mais contribuíram para que a variação do PIB pudesse ter esse registo positivo de 2.7%.
Shanei Jhon referiu que para a análise das contas nacionais para o PIB no período em análise, foi baseada em 33 actividades económicas e 76 produtos diversos.
Disse que doravante a sua instituição fará apresentação pública trimestralmente do comportamento das contas nacionais. A intensão de passar a publicar regularmente das contas nacionais, segundo referiu a gestora, visa contribuir para “a necessidade de satisfazer a procura e o interesse pelo melhoramento das estatísticas oficiais motivaram o INE a assumir este desafio”, explicou.
Para análise às contas nacionais ajustadas sazonalmente, o INE usou várias metodologias de recolha de dados, que permitiu identificar as actividades que tiveram mais variação na economia.
“As contas contas nacionais trimestrais sazonalmente ajustadas dão-nos uma melhor percepção sobre o comportamento tendencial da nossa estrutura económica” disse, a directora geral do INE.
Chamado a comentar, o economista Daniel Sapateiro entende que a queda deveu-se a paralisação das actividades económicas que se registou em função da pandemia e que levou a que os trabalhadores e as empresas tivessem parassem de produzir.
O também presidente da plataforma Finanças para Todos destacou o crescimento que se registou, principalmente no sector do comércio, e que segundo referiu, o aumento de procura com o fim do período de confinamento a partir de Junho de 2020, contribuiu para que houvesse uma recuperação de 2.7%.
Por esta razão Daniel antevê que o PIB tenha já registado uma maior recuperação no quarto trimestre no mesmo ano “embora estajamos sempre em campo negativo e que com isso, mantemos o ciclo recessivo iniciado em 2014 e que vai além dos 10%”.