Economia

PIB cresce, mas poupança e investimento recuam: INE alerta para fragilidade da recuperação económica

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Apesar da recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos anos, a economia angolana continua frágil por dentro, com queda acentuada nos níveis de poupança e investimento, segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE).

O relatório das Contas Nacionais 2015–2024, divulgado na semana passada, revela que a poupança bruta caiu para 15,77% do PIB em 2024, o valor mais baixo da última década, após ter atingido um pico de 30,68% em 2018. Já a taxa de investimento afundou para 10,39%, menos de metade do que era registado em 2015.

“Há crescimento do PIB, mas a base interna continua frágil. O investimento e a poupança, que são motores do desenvolvimento sustentável, estão em retração estrutural”, indica o relatório.

Embora o PIB tenha apresentado um crescimento médio anual de 23%, passando de cerca de 15,8 biliões de kwanzas em 2015 para 101,9 biliões em 2024, o relatório destaca que este valor não considera a inflação acumulada, o que levanta dúvidas sobre o real ganho económico para as famílias e empresas.

O peso dos salários também caiu significativamente na estrutura económica: de 26,48% do PIB em 2015 para apenas 19,46% em 2024, enquanto os lucros empresariais e rendimentos de independentes aumentaram para 77,82%, revelando um desequilíbrio na distribuição da riqueza nacional.

Apesar disso, o país passou a registar capacidade líquida de financiamento a partir de 2018, alcançando 5,40% em 2024, o que pode ser interpretado como uma maior disciplina fiscal, embora sem reflexo imediato na melhoria do bem-estar da população.

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