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Justiça

PGR ordena encerramento dos templos da Igreja Universal do Reino de Deus

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A Procuradoria-Geral da República (PGR), ordenou hoje, o encerramento temporário dos templos da Igreja Universal do Reino de Deus em todo o país.

Os primeiros templos começaram a ser encerrados, nas primeiras horas desta sexta-feira, 14, em Luanda, e conta com a presença dos oficiais do Serviço de Investigação Criminal (SIC).

O primeiro encerramento foi a catedral do Patriota, a seguir a de Viana, localizada nas imediações de Luanda Sul, a do Alvalade, do Palanca e, em último, onde aconteceu uma reunião, que durou aproximadamente quatro horas, entre a PGR, o SIC e representantes da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em Angola, a catedral do Maculusso, que acabou por também ser encerrada.

Até o momento, não houve qualquer pronunciamento por parte da PGR, nem do SIC, nem da liderança da IURD. O Correio da Kianda apurou que antes de encerrar as catedrais, o SIC fez o levantamento dos bens materiais presentes.

Houve forte protesto de fiéis aquando do encerramento das igrejas universais em Luanda.

É de recordar que os pastores angolanos foram dados como os responsáveis legítimos da Igreja Universal, agora reformada, em Angola, conforme publicado em Diário da República, comunicação oficial do Governo, na sexta-feira, 24 de Julho, em série III-número-81.

A IURD em Angola está a ser liderada pelo pastor angolano, Valente Bezerra Luís, que estará à frente da denominação religiosa até a realização de uma nova assembleia, onde se irá definir um líder definitivo.

Histórico

O conflito na IURD em Angola, que se arrasta desde Novembro do ano passado, agudizou-se em Junho de 2020 com a tomada de vários templos por parte de bispos e pastores angolanos da Comissão de Reforma da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) que acusam a ala brasileira de crimes e práticas contrárias à religião.

Segundo a Comissão de Reforma, entre os dias 22 e 23 de Junho deste ano, os pastores “imbuídos de espírito de fé e bravura decidiram pôr fim às más práticas perpetradas pelo Senhor bispo Honorilton Gonçalves, nomeadamente racismo, arrogância, abuso de poder e de confiança, que culminou com o resgate efectivo dos templos e locais de culto nas 18 províncias de Angola”.

O conflito interno da IURD em Angola tem provocado tensões entre os dois países, com envolvimento directo de ambos os governos.

Os angolanos acusam os brasileiros de irregularidades e práticas contrárias à religião como a vasectomia, racismo e discriminação e romperam, em Novembro do ano passado, com a representação brasileira em Angola encabeçada pelo bispo Honorilton Gonçalves.

Em Dezembro de 2019, a Procuradoria-Geral da República  instaurou dois processos-crime contra a IURD, tendo como base as denúncias feitas por pelo menos 300 pastores angolanos, subscritores do documento.

A IURD está registada em Angola desde 1992, conta com 500 mil fiéis e um total de 307 templos em todo o país.