Partidos Politicos
Pedido de destituição do PR é “dever e obrigação dos representantes do povo”, diz UNITA
O bate boca entre os dois principais partidos políticos no país, por via de conferências de imprensa, abriu o cenário político esta semana, com a liberação de mais um comunicado, desta vez, o terceiro, apresentado pela UNITA, em que esclarece que “a destituição de um agente público, no caso do Presidente da República de Angola, por exercer mal, sem competência e à margem da lei, o poder e atribuições constitucionais, mesmo se eleito, é dever e obrigação dos representantes do POVO – dos Deputados à Assembleia Nacional”.
“Em vista disso, a iniciativa legislativa a ser despoletada não pode nem deve ser confundida com ‘chegar ao poder a todo custo’, como incorrecta e desesperadamente o Regime refere no tosco comunicado do seu Bureau Político”, descreve, em conferência de imprensa apresentada esta segunda-feira, 24.
No mesmo comunicado, o Grupo Parlamentar da UNITA diz ter acompanhado “com enorme preocupação o tratamento que considera tendencioso e pouco profissional, de que foi alvo, por parte dos órgãos de comunicação social públicos, na sequência da conferência de imprensa de apresentação pública, da iniciativa legislativa, despoletada, pelos Deputados à Assembleia Nacional, propondo subscrever a iniciativa do processo de destituição do Presidente da República de Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço, nos termos do artigo 129º da Constituição da República”.
O maior partido na oposição avança ainda que os referidos órgãos de comunicação social, mesmo tendo feito cobertura da conferência de imprensa do seu Grupo Parlamentar, “do essencial da mesma, nada foi publicado”, o que consideram “manifestamente o piorio do clientelismo barato, da clara instrumentalização, da pura censura e da manipulação da Comunicação Social do Estado por parte do MPLA, o que configura violação da liberdade de imprensa”.
Para não variar, refere o comunicado, e no âmbito do clientelismo, acrescentam, “os mesmos órgãos de Comunicação Social do Estado deram destaque, até a exaustão, às reacções vertidas do comunicado do Bureau Político do MPLA, este, ressalta, “possuído de medos, como se o Carmo e a Trindade tivessem caído na terra”.
O Grupo Parlamentar da UNITA entende que a postura da Comunicação Social do Estado, bem como a reacção que considera como “histérica do Regime é a demonstração da sua enorme desorientação, sobretudo, impreparação e dificuldade de se libertar da mentalidade e cultura monolítica e do complexo de superioridade”.
Conclui a nota enviada à redacção do Correio da Kianda, que, no que se refere ao diálogo proposto pelo Grupo Parlamentar do MPLA, o Grupo Parlamentar da UNITA torna público que reagiu positivamente à proposta, tendo a propósito apresentado uma proposta de agenda. Entretanto, infelizmente, decorridos mais de 30 dias fez-se “silêncio tumular”, o que de “per se” demonstra que o propalado diálogo não é mais senão mera propaganda política, “de ganha tempo” do Grupo Parlamentar do MPLA”, destaca, o comunicado.