Sociedade
Paulo de Almeida encoraja cidadãos a denunciar trânsitos que tentam extorquir automobilistas
O Comandante Geral da Polícia Nacional, Paulo de Almeida, encorajou os cidadãos a denunciar os efectivos da Polícia de Trânsito que interpelam os automobilistas e pedem propinas como garantia para liberar a carta de condução ou a viatura, considerando esse comportamento irritante e uma má fotografia para a corporação.
“Quero chamar a atenção daqueles trânsitos um pouco atrevidos que deixam os números para pessoa depois telefonar e ele transmitir o número da conta. Estamos já a alertar a sociedade também, ninguém é obrigado a dar o número da conta, para depositar, senão não lhe vão entregar a carta de condução. Portanto, estas exigências não podem acontecer e encorajamos a sociedade a denunciar esses casos de camaradas que não se comportam devidamente”, advertiu, deixando claro que os primeiros a serem responsabilizados por este comportamento dos polícias de trânsito são os comandantes municipais e de esquadra.
“Aviso os comandantes municipais e de esquerda, controlem, porque a primeira responsabilização será ao vosso nível. Essas propinas que às vezes recebem aos fins-de-semana é melhor parar. Queremos uma Polícia a altura daquilo que são as expectativas do Governo em criar maior estabilidade, recuperação económica, social e pugnar para o desenvolvimento do país”, continuou.
O comissário da Polícia Nacional critica, igualmente, a maneira como os efectivos da Polícia de Trânsito abordam e se posicionam diante dos automobilistas. A exemplo disso, tornou-se um gesto comum entre os policiais e os automobilistas a colocação de dinheiro dentro dos documentos durante a interpelação, a famosa “gasosa”.
“Vejo camaradas do trânsito encostados junto ao automobilista, não sei se é para não dar espaço para que não se veja a transação. Mas ficam tão colados, abraçados quando nós sabemos que há uma postura de abordagem ao cidadão ou o automobilista. Vemos trânsito a gesticular, quando há uma discussão ou um desentendimento. Trânsito não discute. O transito impõe as regras, faz cumprir as regras, não é de muitas palavras, com postura firme, reta”, disse, referindo-se, por outro lado, ao excesso de interpelações e falta de trânsitos em vias de maior congestionamento.
“A forma como o trânsito se posicional na via pública. Às vezes, vemos trânsito em picadas, onde só passa carros de hora a hora. Está lá a fazer o quê se não há carro? Às vezes, temos congestionamentos tão fortes, nos entroncamentos, nos cruzamentos, não temos trânsito, mas temos os trânsito ao longo da via sozinho numa estrada, às vezes, via rápida, no meio da estrada a olhar, depois vem um carro manda parar. O excesso de interpelações. Para que estas interpelações desnecessárias?”, questionou.
Por Pedro Kididi