Partidos políticos em Angola são rudimentares em estratégias de marketing político, diz especialista

Há uma clara ausência de disciplina no exercício profissional da actividade pública em Angola, onde os actores políticos estão distanciados das estratégias contemporâneas de competitividade política.

A afirmação é do Especialista em Gestão e Administração Pública, Denílson Duro, que considera que a competitividade política em Angola ainda é rudimentar devido à persistência em métodos arcaicos de propaganda.

 “Vejo claramente a ausência de uma importante disciplina no exercício profissional da actividade pública. A verdade é que todos os dias somos deparados com acontecimentos que reiteradamente apontam que os actores políticos da nossa praça estão totalmente distanciados das estratégias contemporâneas de competitividade política”, disse.

Duro, que falava este domingo, 11, à Rádio Correio da Kianda, apontou a dependência excessiva de técnicas tradicionais e a falta de inovação. Para ele, a ausência de recursos adequados e capacitação em marketing político moderno limita a eficácia das campanhas.

“A competitividade política em Angola ainda é rudimentar devido à persistência em métodos arcaicos de propaganda, como a dependência excessiva de técnicas tradicionais e a falta de inovação. A ausência de recursos adequados e capacitação em marketing político moderno limita a eficácia das campanhas. Além disso, a baixa utilização de dados e análise, combinada com restrições à liberdade de imprensa e comunicação, contribui para uma abordagem menos eficiente e adaptada às novas tecnologias e preferências dos eleitores”, justificou.

O especialista diz que os partidos políticos utilizam reiteradamente as mesmas técnicas de persuasão e comunicação política e sublinha que o MPLA, a UNITA e outros partidos, já deviam estar preparados para posturas políticas mais técnicas e academicamente comprovadas.

“Se realmente a preocupação é competir o interesse do eleitorado cidadão não podemos reiteradamente ver os partidos políticos a utilizarem as mesmas técnicas de persuasão, engajamento e comunicação política. O MPLA, UNITA e outros partidos já deviam estar preparados para posturas políticas mais técnicas e academicamente comprovadas. Porque a realidade competitiva das eleições dos Estados Unidos da América com alguma atenção podemos aprender estratégias de marketing político e adaptar a realidade local”, concluiu.