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Partido de Mugabe acusa chefe das Forças Armadas do Zimbabué de traição
Em comunicado, o partido presidencial, Zanu-PF, afirma que as críticas do chefe das Forças Armadas, o general Constantino Chiwenga, eram “claramente destinadas a perturbar a paz nacional (…) e demonstram uma conduta de traição da sua parte, já que foram feitas para incitar à sublevação”.
Hoje, foram vistos vários tanques em movimento perto da capital, Harare, fazendo aumentar o clima de tensão e a preocupação dos habitantes, um dia após a advertência sem precedentes feita pelo chefe das Forças Armadas a Robert Mugabe.
A razão da presença dessa coluna militar não ficou imediatamente esclarecida, não estando o porta-voz do exército contactável, de momento, segundo a agência noticiosa francesa AFP.
O antigo vice-Presidente era visto como um dos mais fiéis discípulos de Mugabe, tendo trabalhado ao seu lado durante mais de 40 anos, e tinha ligações estreitas com os militares.
Grace Mugabe, figura controversa, conhecida pelos seus ataques de cólera e dirigente do braço feminino do partido do marido, tem muitos opositores no partido e no Governo.
As declarações do chefe das Forças Armadas parecem visar os esforços cada vez mais ostensivos de Grace Mugabe para se aproximar do poder e criticar publicamente os seus opositores, entre os quais Mnangagwa.
Com o afastamento deste, ela fica na posição ideal para suceder ao marido, de 93 anos, que, apesar da idade avançada e da saúde frágil, foi nomeado pela Zanu-PF como candidato às eleições presidenciais de 2018.