Economia
Parque industrial de Benguela precisa ser dinamizado – alerta presidente da AIA
O presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), José Severino, desafiou hoje, 27, o governador da província de Benguela, a dinamizar o parque industrial daquela região do país, para fazer face aos desafios que o Corredor do Lobito trás, com a entrada em vigor da Agência de Facilitação de Transporte e de Trânsito entre Angola, República Democrática do Congo e a Zâmbia.
José Severino, que falava à imprensa durante a visita guiada que a delegação dos três países efectuou na manhã desta sexta-feira ao Porto do Lobito, disse que a falta de estradas eficientes para o interior e o Caminho de Ferro de Benguela, para oferecer segurança à movimentação de pessoas e bens ao longo do Corredor do Lobito, são grandes problemas a serem ultrapassados.
Disse ser um problema de economia interna de Angola, por isso, o governo deve aumentar a procura interna por produtos, pelo facto de, no seu entender, ser o aumento do poder de consumo das populações que faz movimentar a economia.
“Portanto, pensamos que o governo tem de olhar com mais atenção para o potencial que o parque industrial da província de Benguela tem”, disse, relembrando que “Benguela sempre foi produtor de cana de açúcar”.
Avançou ainda que a AIA propôs ao governo a produção da banana, visto que “os holandeses querem estabelecer aqui um terminal de frigorífico para exportação”.
O economista disse que o Corredor do Lobito tem condições para entrar em funcionamento e permitir a movimentação de pessoas e mercadorias ao longo do seu traçado, incluindo o Cubal.
Disse ainda ser necessário relançar a produção de sisal naquela região do país, pelo facto de ser um produto que está a ser utilizado no mundo para substituir o plástico. Lembrou que no passado Angola já foi o terceiro maior produtor mundial de sisal e Benguela e Cuanza Sul eram as províncias que lideravam a produção a nível interno.
Defendeu ainda a necessidade de reactivação da produção do algodão “porque temos uma África Têxtil que não tem matéria prima, está a importar”, lembrando que a pretensão do Presidente da República, aquando da reactivação da fábrica África Têxtil, e de outras duas indústrias do sector, com a garantia de existência de produção de Algodão.
“Portanto, Benguela tem de se reactivar um bocado naquilo que era a sua tradição”, afirmou.
José Severino referiu ainda que a celulose, no alto da Catumbela, está há já algum tempo a aguardar pelo arranque da sua produção em Benguela.
Outro produto nacional que na perspectiva do presidente da AIA deve ser reativado é a Produção de peixe seco e de sal, para exportar, uma vez que a RDC é o principal comprador desses produtos.
“Portanto, Benguela tem que trabalhar. Este é o nosso apelo ao senhor governador Luís Nunes, que esteja mais atento a todos estes pormenores, até inclusive a Produção de peixe seco. Hoje só fazemos peixe congelado. Hoje só fizemos peixe congelado, mas o peixe para ir para o interior e para exportação tem de ir seco. O peixe seco hoje é o ouro…”, acrescentou.
Actualizado às 13h12