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PALOP: João Lourenço defende união para melhor defesa dos interesses da comunidade nos organismos internacionais

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O Presidente da República, João Lourenço, discursou nesta quarta-feira, em Luanda, na Conferência do Fórum PALOP, durante o qual defendeu a necessidade de os países Africanos de Língua Oficial Portuguesa “concertar posições que salvaguardem as nossas preocupações e interesses, nos grandes fóruns e organizações internacionais” de que Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe Guiné Bissau e Moçambique participam.

João Lourenço, que procedeu ao discurso de abertura do fórum na qualidade de Presidente em Exercício, entende que os países membros desta comunidade lusófona africana devem melhor aproveitar as afinidades que os une.

“Somos países com muitas afinidades, e por isso devíamos procurar com regularidade concertar posições que salvaguardem as nossas preocupações e interesses, nos grandes fóruns e organizações internacionais em que participamos, sempre na perspectiva de colhermos resultados que possam acrescentar valor aos esforços que realizamos para impulsionar o desenvolvimento”, disse, acreditando que se os países membros são capazes de potenciar o uso das capacidades materiais e intelectuais que os cinco países possuem, “estaremos em condições de nos complementarmos nos domínios da educação, saúde, defesa e segurança, entre outros”.

O Presidente da República augura que haja um “intenso movimento entre os nossos países”, protagonizado por empresários, académicos, turistas, investigadores e estudantes, e de agentes da cultura e da ciência, para servir de sinal identitário característico das relações entre os países dos Palop´s.

O Chefe de Estado angolano classificou de “um capital importante”, a história comum dos países de expressão portuguesa em África, e que deve ser preservado e servir de base para a necessidade de aprofundarmos dos laços de amizade, “mas sobretudo de cooperação económica e intercâmbio comercial”.

Mostrou-se preocupado com os efeitos das alterações climáticas, apesar do “privilégio de possuir ecossistemas bastante bem preservados, que têm contribuído para o equilíbrio do ambiente a nível global.

“Diante deste quadro, penso ser essencial que ao nosso nível, adoptemos posicionamentos estratégicos consensuais sobre as questões relativas ao clima, no sentido de sermos partícipes activos na formulação de decisões, que não condicionem o nosso direito ao desenvolvimento, e nem afectem as condições favoráveis que a natureza nos reservou”, justificou.

O presidente angolano que os “obstáculos diversos e com situações inesperadas” inesperados têm vindo a retardar o processo de desenvolvimento ansiado e percorrido pelos países.

“Além do impacto altamente danoso, que a volatilidade dos preços das matérias-primas que produzimos e fornecemos ao mundo têm nas nossas economias, associam-se-lhes outros factores e neste contexto especial a pandemia da covid-19 e suas consequências”.

Referiu ainda que o surgimento das vacinas contra a covid-19 veio trazer “uma luz ao fundo do túnel”, nos esforços que o mundo tem vindo a fazer para reduzir os efeitos da pandemia da covid-19. “Devemos contudo fazer perceber os nossos parceiros internacionais, que o continente africano precisa de muita compreensão e solidariedade para nos recompormos dos estragos e dos prejuízos que esta crise sanitária global provocou nos nossos países”, referiu.

Sobre os mecanismos de distribuição das vacinas, João Lourenço disse ser “urgente que se corrija a actual realidade do difícil acesso às vacinas por parte dos nossos países africanos e não só, que não têm capacidade própria de produção local das vacinas, não têm grandes recursos financeiros para as adquirir e com isso correm o sério risco de ver suas populações virem a ser vacinadas, apenas depois de o mundo mais desenvolvido o ter feito”.

Sobre o conflito armado se alguns países enfrentam, disse que ser um preocupação comum por agravar “a cada dia que passa os dramas sociais e humanitários que as nossas populações enfrentam”.

“Não nos podemos conformar com esta realidade. Na nossa qualidade de um grupo de países africanos ligados por uma história e luta comuns, preocupa-nos a situação de conflito que assolam a República irmã de Moçambique, alguns países da Região dos Grandes Lagos e da CEEAC, e da Região do Sahel no nosso continente”, finalizou.




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