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O País, os desejos e suas mudanças

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Por: Edson Kassanga*
A palavra que mais caracteriza a vida é a mudança.
Estamos sempre ao rumo dum muro cuja altura e o que se desvenda além dele é normalmente incógnito. Vivemos na expectativa de um por vir melhor, porque entre outros fins, acreditamos que mantém a chama da motivação acesa para enfrentarmos os desafios decorrente da própria vida; mas por outra tem servido de entrave para ter vida bastante feliz.
A felicidade nunca é em demasia. Observa que enquanto se adopta a realização de um desejo como única via para ser feliz, instala-se uma trave diante dos nossos olhos cuja consequência é a cegueira para outras opções de deleite. Se o objectivo é casar, embora tenha um namoro de ouro, muitos negam-se a aproveitar o máximo essa fase de doçura; se for ter carro, perde-se a sensibilidade para o vento fresco e brando que a caminhada de bicicleta proporciona.
Tem sido amiúde que quando se tem a sorte de ver realizado um arqui-desejo, ainda assim, sentimos a falta de algo mais e, reiteradamente acreditamos que só a materialização este eterno “último desejo” dará finalmente a plenitude de que se espera; mas chega uma altura cuja a experiência ensina que após o alcance de um desiderato alguns benefícios de outrora desaparecem, ou pode ocorrer que aquilo se acreditava ser o ápice da felicidade simplesmente deixa de ser dando lugar a outro. E quando se toma consciência disso leva muitos por várias vezes a dizerem: “Eu era feliz e não sabia”. Consequentemente conclui-se com alguma honestidade que fomos indiferentes a muitas oportunidades para desfrutar da vida, fomos ingratos e com isso aproveito já a dizer que a duração e profundidade da gratidão é directamente proporcional a da felicidade; logo é impossível senti-la sem ter gratidão.
Então eu comparo a vida como uma passeata por lugares distintos por meio de caminhos diversificados. Por vezes palmilhando montanhas, outras planaltos, outras planícies, outras depressões… A Tundavala eleva o sentimento de sossego, liberdade e de grandiosidade de qualquer um quando este de olhos fechados inspira o ar cândido e se deixa encantar pela belíssimas paisagens observada acima das parcas nuvens e pouco densas.
É deliciosa a sensação ao vislumbrar o sol se deitar sobre o mar, tão enérgico sem no entanto alterar a temperatura da água, visto a partir da praia da Restinga. (Os exemplos são inúmeros mas eu prefiro ficar por esses sob pena de não ser acompanhado até ao ponto final que se aproxima). Contudo é impossível sentir entusiasmo com as maravilhas destes dois lugares ao mesmo tempo e, quando se aplica isso para vida prática entende-se a necessidade de usufruir de cada tira de prazer com intensidade para se viver mais tempo feliz.
Este é o meu desejo e sei que não é só meu, tal qual o “Sebem” bem cantou: ” A felicidade Todos nós queremos…”
* Estudante de Relações Internacionais

 

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