Sociedade
País regista mais de 11 mil tentativas de suicídio em 2022
No ano passado, os serviços psiquiátricos de Luanda receberam 11.570 pessoas por conduta suicida e automutilação, informou a coordenadora do programa de saúde mental em Angola, Massoxi Vigário, um aumento considerável, pois em 2021, estiveram em tratamento naquela unidade de saúde, 8.570 pessoas.
“Existe um número grande de pessoas que já tiveram pensamentos e tentativas de suicídios, mas felizmente recorreram aos nossos serviços de saúde pública para um tratamento atempado”, frisou, em entrevista à ANGOP, reforçando que os números de suicídio têm aumentado, sendo Luanda a província com mais casos, seguida do Huambo e Huíla.
A especialista em psicologia disse que a procura por ajuda é fundamental por permitir que a pessoa não chegue a consumação de suicídio. Segundo a coordenadora, as pessoas do sexo feminino são as que mais procuram pelos serviços para solução dos problemas mentais, com as faixas etárias dos 10 aos 64 anos.
Em relação a doenças psiquiátricas, o país registou no ano passado 190.598 doentes, quase o dobro em relação a 2021, que era de 96.351.
“Os transtornos mentais orgânicos, doenças por consumo de álcool e drogas, esquizofrenias, transtornos de ideias delirantes, de humor, neuróticos, o stress, epilepsias, automutilação e conduta suicida”, são apontadas como as principais enfermidades.
Alertou ainda que muitos dos casos de doenças psiquiátricas têm relação com o uso abusivo de álcool e outras drogas como cocaína, craque e “liamba”.
“Os transtornos mentais incapacitam e matam como qualquer outra doença, para além de reflectirem no comportamento do indivíduo”, salientou.