Economia
Pais, preparem-se para a chegada do (novo) bebé e com isso as suas finanças
Este artigo é dedicado a todos os pais: homem e mulher, que visando o nascimento do seu primeiro filho ou filha, ou o aumento do número de crianças no lar, dando assim mais um irmão ou uma irmã ao(s) que já existe(m), e que são completamente comprometidos com os seus descendentes, por via do amor, do respeito, do sentido de responsabilidade, se podem designar por Pais, na essência completa de ser Pais.
Ao longo do processo de gravidez, a mulher com a ajuda do seu marido/companheiro deve fazer consultas pré-natal, ter os cuidados por estar grávida (gravidez não é doença!) e ser ajudada, em especial na última fase de gravidez: os 8 e 9 meses. Este é o cenário de uma gravidez «normal», sem complicações para a mãe nem para o futuro bebé.
Além disso, quando se sabe do sexo do bebé, mais ou menos a meio do percurso da gravidez, o casal pode e deve começar a escolher a questão do quarto, a decoração do mesmo, o enxoval: as «roupinhas», os sapatinhos, touca, pijamas, incluindo as fraldas. Sim, as fraldas, como preços dos bens está sempre a aumentar por via da inflação, é melhor comprar com antecedência antes que a inflação tire, um pouco, da felicidade de serem pais. Antecipem-se para que a felicidade seja maior! E isto aplica-se a tudo, quanto mais cedo, melhor.
Então chega o tão sonhado dia de ir para casa com o bebé, depois de sair da maternidade. E agora? Com os primeiros dias do(a) filho(a) em casa, podem chegar também uma série de dúvidas, medos e fantasias, deixando os pais bastante ansiosos. E fantasias também se liga com dinheiro.
A chegada do bebé em casa muda tudo, desde a rotina da família até as relações entre as pessoas e, claro, a questão financeira da família. Nesse período ocorre uma reorganização de papéis e funções que demandam paciência e disposição de todos os envolvidos para que a adaptação do bebé ocorra de maneira tranquila.
É um período intenso, delicado, repleto de expectativas e idealizações que precisam ser analisadas e, muitas vezes, reformuladas para que mãe e pai possam assimilar a nova realidade e vivenciar esse momento da melhor maneira possível. Como já se escreveu noutros artigos, o diálogo entre marido e mulher é fundamental para manter o ambiente idílico, pacífico, harmonioso do casal com uma nova criança. E neste sentido, o dinheiro está *sempre pelo meio.
O desejo de serem pais perfeitos e não errarem nunca é comum a todos. No entanto, a maternidade e a paternidade não acontecem da noite para o dia, esse é um processo de aprendizagem que ocorre a partir da experiência. Existirão erros e acertos no caminho, mas, com a vivência do dia a dia, os pais certamente conseguirão desempenhar bem seus novos papéis.
Deixo-vos dez (10) dicas/conselhos para ajudar pais e mães no momento da chegada do bebê em casa e gerindo bem o seu orçamento:
1. Organize a casa com antecedência – o espaço deve ser preparado para receber o bebé antes que ele chegue: o quarto e o resto da casa para ter o ambiente acolhedor. Veja o que precisa de mudar na casa. Seja carpintaria, electricidade, mobiliário, peça antecipadamente orçamentos. Compare-os não só no valor, mas o que realmente precisa, a qualidade, formas de pagamento e método.
2. Faça uma lista de prioridades – cuidar de um bebé e da casa, por exemplo, pode ser uma tarefa bastante difícil, por isso escolha as actividades com as quais se preocupar: ter ou não ter babá, e se sim, a meio tempo ou a tempo inteiro, tirar um mês de férias para ficar 3 meses em casa? Estas são algumas das questões a ter em conta.
3. Não tenha medo de errar e nem de pedir ajuda. A família alivia a pressão e pode contribuir com a ajuda financeira. Por exemplo, fazer o “Chá de Panela” é uma via para ter mais bens: roupas, calçado, brinquedos para o bebé.
4- Foco: consultas depois do bebé nascer é fundamental, tal como leva o bebé a tomar as vacinas que o Sistema Nacional de Vacinação recomenda.
5. Ter todo o cuidado com a alimentação, depois do período de amamentação. A alimentação e o sono são fundamentais nos primeiros tempos de vida, e evita-se idas às clínicas/hospitais por problemas alimentares e por paludismo. Compre antes do bebé nascer uma rede mosquiteira para enquanto o bebé dorme.
6- Reajuste o orçamento familiar a cada etapa do desenvolvimento da criança. O que ela consome e faz gastar à família é diferente de etapa para etapa.
7- Registe rapidamente o bebé para que seja uma criança de plenos direitos de cidadania.
8- Não receie tanto o pai como a mãe ficarem deprimidos por um conjunto de factores, como a extrema atenção ao bebé, o ciúme do outro ou dos outros filhos mais velhos, a falta de contacto sexual. A depressão mata e faz gastar dinheiro em ajuda técnica, mas que quando é necessária, deve-se recorrer a ela.
9- Ser pai e mãe não é uma prisão. Invista algum dinheiro e tempo para sair, passear, pois tudo ajuda no final do dia a socializar, a apanhar vitamina “D” pelo Sol, a conversar com outros pais sobre bebés, a viverem em plenitude a maravilha de Deus e da Natureza do que é ser PAIS.
10- Manter o quanto possível a atenção aos outros filhos(as), caso existam, para que se evitem problemas sociais dentro de casa e com isso perturbação e, nos casos mais extremos, separações e fugas de casa.
O dinheiro é muito importante nos dias de hoje, quando quase sempre o parecer é mais impactante do que ser, mas quando se é Pai e Mãe de verdade, os filhos ou filhas são uma co-razão da nossa Existência na Terra. O dinheiro é factor com o qual não conseguimos alhear-nos dele, mas a beleza do bebé que veio ao mundo suplanta as dificuldades que todos vivemos num tempo de carência material, afectiva, sentimental e espiritual.
Professor Daniel Sapateiro
Economista e Docente Universitário