Sociedade
Padre Angolano afirma que o índice de desemprego é uma das causas do surgimento de várias seitas religiosas no país
O vigário da Diocese de Ndalatando, província do Cuanza Norte, padre Constantino Miguel, alertou hoje, quinta-feira, nesta cidade, sobre o perigo de proliferação de seitas religiosas, tendo em conta que muitas delas têm-se aproveitado da pobreza e do sofrimento dos cidadãos para lucrarem.
O pároco que falava à Angop, sobre a contribuição das igrejas no desenvolvimento social das comunidades, salientou que as seitas religiosas actuam tendencialmente onde há fraquezas e limitações de ordem económica e social.
Acrescentou que muitos indivíduos ligados às mesmas aproveitam-se de cidadãos incautos com promessas de empregos e outras melhorias, explorando-os e lucrando à custa da ignorância e do sofrimento destes.
Para si, o elevado índice de desemprego é uma das fraquezas sociais que tem potenciado o surgimento de seitas religiosas, que prometem emprego e toda espécie de sorte na vida, atraindo a si multidões de pessoas ávidas em melhorarem a sua condição de vida, lesando assim a integridade moral, económica e social da pessoa.
“A proliferação religiosa tem como causa a fraqueza económica, social que o país tem estado a viver. Muitas dessas pessoas aproveitam-se desta situação para lucrarem, pois, sabem que a sociedade esta doente e se estás doente e eu dizer-te que vou garanti-lo saúde, naturalmente, verás em mim uma tábua de salvação, tu vens a mim, independentemente do que vais gastar”, frisou o sacerdote.
Acresentou que estas seitas desestabilizam a integridade moral, económica e social da pessoa, um mal que, para si, deve ser combatido pelo governo.
Defendeu que o governo deve trabalhar para a protecção dos cidadãos através da criação de estruturas capacitadas para delinear a autenticidade de uma religião e combater tudo aquilo que lesa a integridade social, moral, económica e espiritual dos cidadãos.
Para si, a religião autentica não deve enveredar por estas práticas, deve trabalhar para a integridade espiritual, social e humana da pessoa, pois deve ser desinteressada e querer apenas a salvação da pessoa.
“Quando a religião lesa a integridade moral, humana e social da pessoa, eu considero isto uma falsa religião e, infelizmente, em Angola deparámo-nos com muitas religiões desse tipo que lesam a integridade moral, económica social da pessoa.
Afirmou que a igreja é parceira do Estado, e esta parceria implica da parte desta ajudar o Estado, na criação de estruturas capazes de minimizar algumas carências em termos de serviços sociais básicos em algumas comunidades ao invés de estarem a extorquir o pouco que os pobres possuem.
(Com ANGOP)