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Ouvinte denuncia retirada de roupas de cadáveres no cemitério do Benfica para venda na zunga em Luanda

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Um ouvinte identificado como João de Almeida denunciou esta segunda-feira, 1, durante o programa matinal da Rádio Correio da Kianda, a existência de um alegado esquema ilegal no cemitério do Benfica, em Luanda, onde roupas e outros pertences estariam a ser retirados de cadáveres para posterior venda na zunga.

Segundo o denunciante, a prática ocorre sobretudo durante a noite, aproveitando a falta de fiscalização, e abastece um mercado clandestino onde peças usadas, supostamente provenientes de falecidos, são vendidas entre 500 e 1.500 kwanzas.

“Estão a retirar a roupa dos cadáveres no cemitério do Benfica. Mano, já temos pouco”, afirmou João de Almeida.

“Se aparece uma boa calça, um lençol, umas meias, uma camisa bonita… vendem barato. Qualquer um compra sem saber.”

O ouvinte garantiu que já presenciou directamente situações do género e acrescentou que até caixas funerárias estariam a ser recuperadas e revendidas no mesmo circuito informal:

“Do falecido até as caixas também, mano. Vão vender no mesmo sítio.”

João de Almeida descreveu o cenário como “desumano” e “profundamente triste”, alertando que muitos consumidores compram as roupas inocentemente, atraídos pelos preços baixos.

A denúncia levantou novas preocupações sobre práticas ilegais no cemitério do Benfica, onde roupas e pertences estariam a ser retirados de cadáveres para venda na zunga. A situação junta-se a um conjunto de queixas crescentes sobre insegurança em vários bairros da capital.

A denúncia desencadeou novas participações em directo, com ouvintes de diferentes zonas de Luanda a relatarem aumento da criminalidade nos bairros Sossego, Madeira e em outras áreas periféricas. Segundo os relatos, moradores têm vivido com receio devido a assaltos frequentes e actuações de grupos delinquentes durante a noite.

Os participantes pediram maior presença policial e medidas urgentes para restabelecer a segurança comunitária.

A situação no cemitério do Benfica não é nova. O Governo Provincial de Luanda (GPL) já havia reconhecido anteriormente casos de profanação de campas e retirada de objectos em cemitérios da cidade, prometendo reforçar medidas de segurança e fiscalização para travar as práticas.

Até ao momento, porém, ouvintes afirmam que a situação persiste, indicando que as promessas de reforço ainda não produziram os resultados esperados.

 

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