Sociedade
Osvaldo Mboco – Conflitos pós eleitorais atrasam desenvolvimento de África
Os processos eleitorais em África passaram a ser complexos na sua gestão e publicação dos resultados finais, atendendo os diferentes interesses e o comprometimento pela segurança nacional, considerou nesta segunda-feira, em Luanda, o analista político Osvaldo Mboco.
O analista falou à Angop a propósito da palestra sobre “as implicações das crises pós-eleitorais no processo de democratização dos Estados africanos”, a realizar-se no dia 24 do corrente mês, na Mediateca Zé Dú, pela Oficina do Conhecimento, no quadro do 25 de Maio, Dia de África, a ser assinalado na próxima sexta-feira.
Para si, tornou-se apanágio dos processos eleitorais africanos a alegação de fraude, da parte de quem perde o pleito eleitoral.
Referiu que, em alguns países africanos, os processos eleitorais apresentam irregularidades, desde a falta de cadernos eleitorais, mesas de assembleia de voto que não abrem no dia da votação, deslocação de nomes de uma assembleia para outra, assim como longas distâncias entre as casas dos eleitores e as assembleias de votos.
Segundo o analista político, as guerras pós-eleitorais acabam por ter um impacto negativo no processo de consolidação da democracia, beliscando aspectos estruturais como a alternância política, representação e participação política dos cidadãos, a separação de poderes e, consequentemente, uma governação que possa combater, entre outros males, à corrupção e salvaguardar os direitos fundamentais do homem.
“Os conflitos pós-eleitorais paralisam o país e impedem o desenvolvimento, agudizam a situação periclitante que o continente atravessa, desde o aumento de fluxos de refugiados, pobreza extrema, destruição de infra-estruturas, entre outros problemas endémicos ainda vigentes na África”, alertou.
A palestra sobre “as implicações das crises pós-eleitorais no processo de democratização dos Estados africanos” terá como orador o analista político Osvaldo Mboco.
A Oficina do Conhecimento é um projecto de palestras na comunidade, formado por académicos de diversas áreas do saber que pretendem incentivar e difundir a informação, capacitar e formar os jovens sobre diversos assuntos de interesse nacional, e não sou.
O director do referido projecto, Osvaldo Mboco, afirmou que pretendem, com este, contribuir para a formação e capacitação dos angolanos, partindo das premissas clássicas de que “a instrução do povo de uma nação define o modelo do país” e que “o maior capital do ser humano é o conhecimento adquirido”.
O público alvo são as pessoas nas comunidades e, por isso, procura-se actuar nas escolas, praças, orfanatos, cadeias e nos bairros, levando o conhecimento, explicou.
A Oficina do Conhecimento nasceu da necessidade de levar para às comunidades o conhecimento, visando estimular o interesse das pessoas sobre os assuntos que preocupam os angolanos.
O mesmo tem como objectivo principal manter o diálogo, realizar palestras e debates interdisciplinar que concorrem para a busca de condições e soluções dos assuntos do quotidiano.
Propõe-se ainda em estabelecer parcerias com entidades e órgãos do Estado, universidades públicas e privadas, entre outras instituições nacionais e internacionais.