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Os promotores dos “Globos de Ouro” lêem jornais? – Ilídio Manuel

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Pelo que julgo saber, a Imprensa ESCRITA não foi premiada pelos «Globos de Ouro», a organização que ontem à noite atribuiu uma série de galardões à imprensa falada e televisiva. Suspeitei que este ano, à semelhança dos anteriores, os homens da escrita seriam novamente Marginalizados, a partir do momento em que foi anunciada a composição do corpo de jurado, no qual não fazia parte nenhum representante da imprensa escrita.

Confesso que estou cada vez mais apreensivo com o nível de «iliteracia» que está subjacente na atribuição desse género de prémios com a postergação da imprensa escrita, é como se os mentores das iniciativas e os respectivos corpos de jurados tivessem deixado de LER, ou relegado os textos escritos para segundo plano.

A leitura, ao contrário da audição e visualização, é um exercício mais exigente, pois requer capacidade interpretação da letra e do espírito das mensagens impressas.

Os radialistas e «pivot´s» de rádio e TV como, por exemplo, o Afonso Quintas e o Ernesto Bartolomeu são mais conhecidos do público que uma excelente jornalista como a Luísa Rogério. Os primeiros limitam-se a ler os que os outros escrevem, pelo que o maior «investimento intelectual» recai sobre quem escreve.

Numa linguagem terra a terra significa que as pessoas estão mais viradas para o consumo do kuduro do que a ler um bom artigo do jornal. É compreensível que isso aconteça entre o público consumidor, mais inclinado ao menor esforço intelectual, mas é deveras preocupante que pessoas supostamente intelectuais releguem para planos secundários os artigos da imprensa escrita.

O critério da atribuição dos prémios é bastante discutível e, pior ainda, promotor da EXCLUSÃO por concentrar-se apenas em Luanda e ignorar o resto do país. Não há mais «talentos» por esta Angola?

Há tempos fiquei perplexo com a postura de uma dessas organizações que atribuiu prémios de Jornalistas a Radialistas de algumas rádios de Luanda. Quando uma organização não consegue estabelecer esta diferença, uma fronteira nítida entre

JORNALISTAS e RADIALISTAS está tudo dito.

Será que os promotores dos «Globos de Outro», nomeadamente o Kayaya Júnior e a Karina Barbosa não lêem jornais e revistas? Dá para reflectir…

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