Sociedade
Ordem dos Enfermeiros alerta sobre escolas de Saúde com qualidade duvidosa
O bastonário da Ordem dos Enfermeiros de Angola (Ordenfa), Paulo Luvualo, denunciou, em Luanda, a existência de muitas instituições de ensino do ramo da Saúde no país que funcionam de forma desregulada e irresponsável, o que coloca em causa a qualidade dos cursos nelas ministrados e de alunos ali saídos.
Paulo Luvualo considerou grave o facto de algumas dessas instituições optarem, por exemplo, pela formação intensiva, quando, em ciências de saúde, particularmente em Enfermagem, Farmácia e Análises Clínicas, de acordo com o subsistema do Ensino Técnico-Profissional, a duração mínima desses cursos médios é de quatro anos.
Em função disso, o bastonário alertou para os pais, encarregados de educação e jovens para não se deixarem enganar por essas instituições, uma vez que “elas atraem os clientes com ofertas ilusórias”, assim como despertamos as autoridades de direito pela gravidade da situação a que os cidadãos estão expostos.
“O objectivo é alertar a sociedade angolana a não acreditar nessas falsas publicidades. E mais: além das ordens profissionais, não existem outras entidades autorizadas a emitir carteiras profissionais”, disse o bastonário da Ordenfa.
Paulo Luvualo esclareceu, ainda, que a formação básica em Enfermagem foi abolida no sistema de ensino, por força Decreto Presencial nº 187/18, de 6 de Agosto, em que se determina que os auxiliares de Enfermagem (técnicos básicos) já não têm acesso à carreira de Enfermagem.
Tendo em conta as constantes violações às normas, o bastonário chamou a atenção para a necessidade dos órgãos de fiscalização, com realce para a Inspecção Geral da Administração do Estado (IGAE) e Serviço de Investigação Criminal (SIC), adoptarem medidas que ponham fim a essas práticas.
Actualmente, constata-se, em todo o país, a transformação de algumas instituições de ensino geral em estabelecimentos de ensino de Análises Clínicas, Enfermagem e Farmácia, mesmo sem oferecerem condições, principalmente de laboratórios, bibliotecas, corpo docente e campos de estágio.
“O sector da Saúde não necessita apenas de profissionais de Análises clínicas, Enfermagem e Farmácia, mas, também, formados em outras especialidades. Por isso, o Executivo deve repensar as políticas de desenvolvimento dos recursos humanos em saúde”, apelou.