Sociedade
OMS precisa de USD 15 milhões para conter avanço da “varíola dos macacos”
O Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças declarou “emergência de saúde pública”, o mais alto nível de alerta, face à epidemia do vírus Monkeypox (Mpox), conhecido por “varíola dos macacos”, em vários países do continente.
Enquanto isso, o Director-Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu prolongar por um ano as recomendações permanentes contra o risco crónico do vírus Mpox em vários países de África, na sequência do novo surto.
Tedros Adhanom Ghebreyesus disse que, para travar estes surtos será necessária uma resposta adaptada e abrangente, com as comunidades no centro como sempre, mas, para isso será necessário 15 milhões de dólares, para as actividades de vigilância. A decisão saiu da reunião do comité de emergência que ocorreu em Genebra.
O especialista em Saúde Pública Jeremias Agostinho disse que a declaração surge por causa dos números assustadores dos casos na República Democrática do Congo, que só neste ano foram identificados mais de 14 mil casos, e destes, perto de 500 resultaram em óbitos.
Jeremias Agostinho disse que Angola está no nível de alerta 2. A doença é extremamente contagiante e pode a qualquer momento surgir um caso no país, porque a fase de encubação é até 20 dias, mas, não significa que houve falha dos serviços de vigilância epidemiológica, o médico disse que o nosso país tem muita experiencia relativamente aos serviços de prevenção, controlo de saída e entrada de casos.
“Uma pessoa pode apresentar-se como saudável mas, transporta o vírus no organismo e acaba por contaminar nossos cidadãos ao longo da fronteira”, avançou.
O especialista em Saúde Pública disse que a resposta da doença será coordenada, por não depender exclusivamente da União Africana, mas pede mais envolvimento dos líderes dos sistemas de saúde mundial, e olhar com alguma atenção para o continente africano.
Nesta terça-feira, em conferência de imprensa, o presidente do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana, Jean Kesenya, começou por reconhecer que o vírus Monkeypox atravessou fronteiras, afectando milhares de pessoas em todo o continente.
O Mpox foi descoberto pela primeira vez em seres humanos em 1970, na actual RDC (antigo Zaire), com a propagação do subtipo Clade I (do qual a nova variante é uma mutação), que desde então tem estado principalmente confinado a países da África Ocidental e Central, onde os doentes são geralmente infectados por animais que têm o vírus.