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O que (todos) fazemos mal quando tiramos 15 dias de férias

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Reservar duas semanas seguidas de férias pode ser visto como o tempo ideal e necessário para descansar realmente, mas há quem considere um desperdício. É o caso de Daniel Kahneman, o primeiro psicólogo a ganhar o Prémio Nobel (em conjunto com Vernon Smith, em 2002, pelos estudos na economia psicológica e experimental). Numa conferência TED (TED Talk), Daniel defendeu que umas férias mais longas não significam melhor aproveitamento das mesmas.

Na palestra intitulada “O enigma da experiência Vs. memória”, o ‘pai’ da economia comportamental sustenta que as férias mais curtas podem ser tão ou mais eficazes do que as mais prolongadas. Daniel Kahneman explica que a duração do tempo de descanso não tem implicação na quantidade de memórias que o cérebro retém. Ou seja, para que as férias sejam tão memoráveis quanto gratificantes – independentemente do número de dias que duram -, o especialista aconselha a fazer pequenas coisas diferentes todos os dias.

Por exemplo: Em vez de ficar no conforto habitual de um dia sentado à beira da piscina ou a ‘torrar’ no areal da praia, o ideal é aproveitar as atividades oferecidas pelo destino turístico que escolheu – andar a cavalo, praticar mergulho, conhecer o património cultural da região, fazer exercício físico. Qualquer ação que mude a rotina terá efeitos visíveis no cérebro, que gosta particularmente de reter no armazém das memórias o que é realmente novo e foge à regra.

No entanto, para quem não abre mão de duas semanas seguidas de férias, Daniel Kahneman aconselha: Mude radicalmente os planos a partir do fim da primeira semana. Dessa forma, criará novas memórias, o que se traduz em mais lembranças guardadas. E se o ‘número mágico’ for o 8? Acontece que esta é uma questão longe de ser consensual. Há dois anos, uma universidade finlandesa quis apurar o número de dias de descanso que deveríamos tirar e, para isso, acompanhou 54 trabalhadores em períodos diferentes de férias.

Os investigadores mediram os níveis mais altos e baixos de felicidade de cada um, sendo o oitavo dia de férias aquele que, em média, atingiu o pico. Nas conclusões do estudo, a equipa afirmou que o nível de contentamento não estava diretamente ligado a um período de tempo, mas sim a um dia em específico. “O oitavo dia será, por isso, o ideal para conseguirmos reter todos os benefícios de umas férias”, disse ao The Wall Street Journal, em 2015, uma das responsáveis pelo estudo, Jessica de Bloom.

Na mesma altura, comentando este estudo, o norte-americano especialista em Recursos Humanos Tim Sackett, no seu blog, defendeu que “o primeiro dia nunca sabia a férias porque era perdido no processo de adaptação”. Sugeria por isso que “faz sentido, tiramos a sexta-feira de folga ou sairmos mais cedo, depois temos sábado, domingo, segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado e domingo outra vez” de férias, para que o oitavo dia não calhe no último de férias.

Conselho vital para saber aproveitar as férias Em 2011, o New York Times fez uma análise ao tema das férias e da duração ideal, acabando por preferir não escolher entre nenhuma das opções e ressalvar o conselho dado no livro “The Importance of Being Lazy”, escrito por Al Gini, professor de ética empresarial na Loyola University of Chicago (EUA). Na obra, o especialista chegara à conclusão que o conceito de “relaxamento” nunca conseguiria ser atingido na sua totalidade, uma vez que além do tempo que o ser humano perde no processo de adaptação às férias, perde também a prepará-las quando ainda está a trabalhar.

Por isso, o melhor conselho que conseguiu dar resume-se a uma palavra: Antecipação. É preciso antecipar antes do início das férias e antes do final. Os dias que as antecedem devem ser aproveitados para fazer as malas tranquilamente – não perdendo assim o primeiro dia de férias com esta tarefa. Já os últimos dias de descanso deverão servir para relaxar o corpo ao máximo, sendo o exercício físico uma das melhores maneiras de o fazer.

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