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O que será de Angola com Donald Trump de novo na Casa Branca?

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O candidato republicano às presidenciais norte-americanas pode regressar à Casa Branca, e a desmoralização por este facto já é sentida entre os líderes ocidentais. Em África, o resultado também pode não ser benéfico para Angola.

Até ao amanhecer desta quarta-feira, dia 6, em Angola, o sentido de voto nos EUA entre a população eleitora e o Colégio Eleitoral parecia estar a seguir o mesmo sentido.

Donald Trump, o republicano que há quatro anos foi destronado do poder pelo então candidato democrata Joe Biden, pode regressar à chefia da Casa Branca.

Das 4 até às 5 horas de hoje (hora de Angola) Donald Trump já contava com 230 votos do Colégio Eleitoral, contra 165 de Kamala Harris.

A nível do voto popular, Donald Trump está igualmente na frente na maioria dos Estados.

Diferente do que acontece noutras geografias democráticas, nos Estados Unidos da América o que conta na eleição presidencial não é a obtenção de maioria do voto popular no quadro nacional, mas o resultado de voto em cada Estado, que a seguir, tradicionalmente, determina o sentido de voto do Colégio Eleitoral – uma entidade composta por 538 delegados, onde quem alcança 270 delegados é o eleito. Ou seja, em todos os Estados o povo vai a votos, mas não conta o número de voto que cada candidato obtenha, mas sim o número de Estados vencidos, mesmo que seja com um voto de diferença, dado que o candidato que vence em um Estado fica com a totalidade dos delegados daquele Estado, estes que em seguida devem votar neste candidato no Colégio Eleitoral.

Por exemplo, em 2016, a então candidata democrata Hillary Clinton teve quase 3 milhões de votos a mais do que Donald Trump na soma nacional. Porém, o que deu vitória a Trump foi o facto de ele ter vencido na maioria dos Estados, apesar da diferença mínima.

Mas o que será do mundo com Donald Trump de novo na Casa Branca?

Face às actualizações dos votos que dão vitória ao republicano, já é sentida a desmoralização entre os líderes da Europa ocidental.

Enquanto presidente dos EUA no período 2016-2020, Donald Trump, sabe-se lá por que ‘carga de água’, procurou afastar o país de seus parceiros ocidentais – abandonou o Acordo de Paris sobre mudança climática, aumentou tarifas para produtos europeus, e ameaçou retirar os EUA da NATO, a maior aliança militar do mundo.

E enquanto pré-candidato às presentes eleições, Trump avisou que se voltar à Casa Branca, ou os parceiros da NATO aumentam seus orçamentos para a robustez da organização ou incentivaria Vladimir Putin/Rússia a atacá-los.

Assim como os ocidentais europeus e os asiáticos como a Coreia do Sul estão em êxtase, em África, a situação não pode deixar de ser a mesma para alguns países, tendo em conta a experiência colhida da administração Trump de 2016 a 2020.

Angola, por exemplo, não tem boa memória da Administração Trump, e o seu regresso à Casa Branca pode complicar os cálculos do Governo de João Lourenço.

Independentemente do que se possa dizer, sob administração de João Lourenço, Angola afastou-se parcialmente da Rússia, seu parceiro tradicional, bem como da China.

As opções que Luanda passou a tomar no quadro do aprofundamento das relações com Washington, criaram alguns ‘irritantes’ com certas capitais, sobretudo com Pequim e Moscovo.

Nunca as relações entre Angola e os Estados Unidos da América estiveram tão boas como no momento, tendo o ainda Chefe de Estado norte-americano, Joe Biden, considerado Angola como a Nação mais importante de África para os EUA.

E ao que parece, a fala de Joe Biden não foi mera demagogia ao julgar pelas suas opções. Num intervalo de seis meses, por exemplo, a Casa Branca mandara para Angola os mais relevantes membros da Administração Biden, desde ligados aos sectores da energia, tecnologia, defesa e segurança, além de seu secretário de Estado Antony Blinken, que não hesitou em elogiar o rumo que a governação angolana está a seguir.

Contrário a Biden, a Administração Trump não dá a mínima para o que ocorre fora dos EUA, e os alegados anticorpos diplomáticos que a relação Angola-EUA criou pode ser prejudicial para os angolanos.




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