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O que se passou para uma cimeira que era certa ter deixado de o ser?

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A cimeira histórica entre os EUA e a Coreia do Norte andou periclitante nas últimas semanas, com a tensão a aumentar entre as duas partes e ambas a manifestar a possibilidade de o encontro não se realizar. Donald Trump chegou até a anunciar que a cimeira com Kim Jong-un tinha sido cancelada, para vir dizer esta sexta-feira que afinal talvez não. Dois investigadores contactados pelo Expresso pensam que o encontro inaugural entre um Presidente norte-americano em funções e um líder norte-coreano vai realizar-se mesmo, só não será no dia 12 de junho. Ou ainda poderá ser?

“Parece ser mais um adiamento do que um cancelamento. As partes manifestaram logo a intenção de reativar a cimeira”, começa por dizer o professor da Universidade Nova de Lisboa e investigador do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI) Tiago Moreira de Sá. “É possível que daqui a algumas semanas ou meses Donald Trump venha dizer que conseguiu negociar com condições muito melhores e que, se a cimeira tivesse acontecido em junho, os EUA partiriam em desvantagem”, concorda Mónica Dias, professora do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa.

O adiamento tem a ver com o impasse que existe nos termos de partida das negociações, defende Tiago Moreia de Sá. Os EUA têm insistido que primeiro deve haver o desmantelamento unilateral de todo o poder nuclear da Coreia do Norte e só então negociar um conjunto de garantias. E que garantias são essas? “O Estado norte-coreano quer ser visto como um Estado normal, com os mesmos direitos dos outros Estados do sistema internacional. Também a garantia da sobrevivência do regime, ou seja, que este não será, em algum momento, derrubado, como aconteceu no Iraque ou na Líbia. E ainda a garantia da inviolabilidade territorial da Coreia do Norte”, elenca o académico.

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