Especial Educação
“O que se passa com a educação em Angola envergonha-nos a todos”
“A situação que se vive hoje no sector da educação em Angola envergonha-nos a todos, quando até seguranças e auxiliares de limpeza também controlam provas. As pessoas que orientaram esta acção devem ser responsabilizadas de acordo com a lei”, declarou o presidente do Sindicato Nacional dos Professores, Guilherme Silva, em exclusivo ao Correio da Kianda.
Guilherme Silva disse que tem sofrido diariamente ameaças e torturas psicológicas, mas para o bem da educação, está disposto a ir “até as últimas consequências” para ver melhorada a situação da classe.
“Quando tocam num meu colega tocaram a mim, por exemplo, o que aconteceu no Huambo é vergonhoso. Detiveram a nossa colega, mas já a soltaram. O objectivo da força de defesa e segurança foi de deter e reprimir os nossos dirigentes e delegados, atropelando a Lei da Greve 23/91 de 15 de Junho, os polícias que estavam ali conhecem, mas alegavam ordens superiores”, lamentou.
O sindicalista disse ainda que “as torturas e ameaças são o pão de cada dia”, mas prefere “não citar nome de quem está por trás disso” para não se colocar “na ponta de uma faca”.
O presidente do SINPROF continua dizendo que a situação de “seguranças, auxiliares de limpeza, pessoal administrativo, salas com mais de uma turma a fazerem provas, enfim, isso levaria a anulação imediata das provas e é uma minoria a que está a ter acesso a essas provas. E mais, os alunos não têm onde tirar dúvidas porque, com todo respeito as nossas colegas auxiliares de limpeza, mas elas têm outro papel na instituição, e quando vão a uma profissão não titulada, isso a lei pune e a quem as orientou deve recair a responsabilidade”, aponta.
Questionado quem realmente vai corrigir as provas, o presidente afirmou que as mesmas “serão corrigidas pelos seguranças, auxiliares de limpeza, directores e subdirectores porque se eles vão descontar os professores as faltas durante a greve, então não faz sentido corrigir as provas”, concluiu.
Nadir Emiliano
15/12/2022 em 11:01 am
corroboro com a presidência do maior sindicato que o MED assisti. Não valha pena falar muito, nós devemos obediência ao SINPROF enquanto nosso defensor e vamos cumprir com as orientações.Assim como temos vindo a cumprir com os nossos deveres laborais.