Educação Financeira
O que é infidelidade financeira e a ligação com a violência no casamento?
Infidelidade financeira é o acto de esconder, omitir, sonegar informações sobre as condições financeiras do cônjuge. Ocultar património financeiro, patrimonial, fontes do rendimento e mesmo as contas bancárias no país e/ou fora do país, pelo que se pode enquadrar neste conceito. É, a par da infidelidade sexual, um dos motivos para a existência de muitos conflitos entre casais do século XXI.
Quando duas pessoas querem construir uma vida juntas, é preciso que usem todos os recursos para criar uma relação de respeito, confiança e transparência, mesmo quando o assunto é o dinheiro. A confiança é primordial.
Apesar de cada um ter sua individualidade, é quase impossível construir uma relação duradoura sem discutir as finanças e sem que o dinheiro e as contas sejam compartilhados em menor ou maior grau.
O que é infidelidade financeira?
A infidelidade financeira ocorre quando uma das pessoas de uma relação amorosa passa a esconder informações financeiras da outra. Também é considerado infidelidade quando uma das partes não cumpre o que foi acordado.
Mas, isso não quer dizer que as pessoas não possam ter seu próprio dinheiro ou preservar alguma individualidade. A infidelidade está associada a comportamentos que vão contra as regras combinadas pelo casal ou que possam de alguma forma prejudicar a saúde financeira de ambos. Por exemplo, momentos em que um dos cônjuges gasta além do seu orçamento, contraindo dívidas que colocam as despesas da casa em risco. Mesmo com a situação delicada, a pessoa não fala nada com o seu parceiro.
As causas da infidelidade financeira
Quando há um marido que esconde as finanças da esposa ou vice-versa, podemos citar várias causas para essa infidelidade financeira:
1- Falta de confiança no cônjuge: por não confiar na capacidade administrativa do parceiro (a), muitas pessoas começam a fazer uma reserva de emergência por conta própria e sem contar para a pessoa que está ao seu lado;
2- Medo das reacções e julgamentos: quando a pessoa toma uma decisão errada que vai prejudicar as finanças da família, ela pode decidir esconder o facto, pois teme ser julgada pelo cônjuge e perder a confiança mútua. A possibilidade de reações agressivas também pode levar a pessoa a cometer infidelidade financeira;
3- Ocultar dívidas: muitas pessoas temem que seu descontrolo financeiro, resultante em dívidas, possa causar brigas, desconfianças e até o fim da relação. Por isso, não compartilham quando enfrentam esse tipo de problema;
4- Individualismo: há quem prefira cuidar de suas finanças de forma totalmente individual, sem qualquer interferência do parceiro. Então, a sua situação financeira, seja boa ou ruim, é totalmente ocultada. O individualismo também pode estar relacionado ao facto de que a pessoa não quer admitir que ganha mais ou menos que o parceiro. Ou tem medo de que o cônjuge comece a gastar mais, caso admita estar em uma melhor situação financeira.
Consequências da infidelidade financeira
Com a existência de infidelidade num casal, a confiança também fica abalada depois disso, e, se o problema não é resolvido, o orçamento da família pode ser comprometido de forma severa, faltando recursos até mesmo para suprir as necessidades básicas. No fundo, no fundo, fica em causa a sustentabilidade do casal e a existência desse mesmo casal.
Como resolver a infidelidade financeira?
Para lidar com a infidelidade financeira, o primeiro passo é o diálogo. O casal precisa estar disposto a solucionar o problema e, apenas conversando, eles conseguirão entender o que os levou àquela situação.
Juntos, eles podem definir um novo planeamento e criar regras que ambos possam seguir sem dificuldades.
Caso não haja um acordo, é possível contratar um especialista em finanças para ajudar o casal a elaborar um plano que seja satisfatório para os dois.
Outra opção para resolver o problema é fazer terapia de casal. Assim, é possível entender mais a fundo os motivos que levaram à infidelidade.
Também é importante ressaltar que a situação pode estar relacionada a algum distúrbio psicológico que faz a pessoa comprar compulsivamente. O que também pode ser resolvido com a ajuda de um terapeuta.
Uma possibilidade também é ter uma conta compartilhada, onde os dois tem acesso ao dinheiro e conseguem compartilhar as finanças.
Como evitar a infidelidade financeira?
Vimos que a infidelidade financeira pode até destruir um relacionamento. Então, para preservar sua união, fique atento a nossas dicas para evitar o problema:
- Construa um relacionamento baseado na transparência e sinceridade, em que ambos se sintam confortáveis para falar sobre qualquer assunto sem julgamentos.;
- Discutam sobre como vão tratar o dinheiro do casal, se irão juntar ou separar as finanças;
- Façam um planejamento e tenha um plano de ação para lidar com finanças e dívidas em casal;
- Crie uma cultura de organização financeira, em que as despesas e os rendimentos são devidamente registrados e compartilhados para evitar qualquer tipo de surpresa;
- Utilize um aplicativo para ajudar na organização financeira e na divisão de contas;
- Fazer planos e ir em busca de realizações de sonhos como um casal também é fundamental. Assim, ambos ficarão mais motivados a seguir o planejamento, evitando gastos desnecessários e se esforçando para que cresçam juntos.
A infidelidade financeira é uma das maiores causas de brigas/discussões entre casais. Pois, omitir fatos sobre a sua real situação econômica gera desconfianças e problemas que colocam em risco o orçamento familiar.
Sendo assim, o melhor caminho é criar uma relação pautada na transparência e ter a parcimónia necessária para resolver qualquer questão com diálogo e empatia.
Violência Patrimonial: Quando o Controle se Torna Abuso
A violência patrimonial, por sua vez, vai além da infidelidade financeira e se caracteriza pelo controle abusivo dos recursos financeiros da vítima. Isso pode incluir a proibição de trabalhar, o confisco de salários, ou até mesmo a destruição de propriedades. Infelizmente, as mulheres são frequentemente vítimas desse tipo de violência, ficando presas em relacionamentos tóxicos sem os recursos necessários para se libertarem.
Reconhecer os sinais de violência patrimonial é o primeiro passo para romper o ciclo. Isolamento financeiro é uma forma sutil de abuso e deve ser tratado com a mesma seriedade que outras formas de violência doméstica. Empoderar as mulheres economicamente e promover a educação financeira são estratégias fundamentais para combater essa forma de violência.
O que devemos ser, pois somos pessoas de carácter, é que a fidelidade em todos os campos da vida é fundamental.