Opinião
Mr. Vi – O player tóxico, mas importante
Sempre ouvi que o poder não é para qualquer um, é só para os da nomeclatura, os ilumidados, pessoas de um determinado ciclo de famílias políticas enfim, o poder tem dono. É um visão aceitavel, mas ao mesmo tempo discutivel. Sou dos que pensa que qualquer pessoa pode ser no caso em concreto Presidente da República, desde que consiga transformar um projecto ou um partido político em poder. Em conversas diferenciadas com dois amigos, fizemos uma digressão reflectiva em torno dalgumas figuras inigmáticas do mundo dos negócios, proprimamente CEO´s de empresas estatáis altamente estratégicas tornarecem-se Presidente da República, num verdadeiro ciclo político astronomico. 25 anos pós guerra fria, houve, quase uma revolução política nos países do então III Mundo, mesmo na condição de perdedores, hoje muitos destes são os países emergentes e outros verdeiras potencias de facto. A China, Índia, África do Sul, Korea do Sul, Rússia e Brasil só para citar alguns. Estes dois últimos, passaram por transformações políticas significativas e dignas de realce. Após profunda restruturaçóes na Rússia feitas por Vladmir Putim apartir de 1999, este, foi substituído por Dmitry Medvedev eleito 3º Presidente da Rússia de 2008 a 2012, então CEO da maior empresa do país a Gazprom. Por seu turno Lúís Inácio Lula da Silva teve uma presidência marcante, findo os dois mandatos, nesta empreitada foi sucedido pela Dilma Roussef que, igualmente vinha do Conselho de Administração da maior empresa estatal Brasileira, a Petrobras. Este é para mim um ciclo de alcanse do poder via “Petrolpower” que não é mesmo para todos. Os dois países amigos e aliados do poder em Angola, tiveram sucesso com essa fórmula ao contrário de Angola, que deu erro… O Mr. Vi parecia que projectado para o efeito, após ter sido por mais de dez anos o boss da toda poderosa Sonangol o símbolo da economia angolana e ter estado na sua gestão no momento em que houve o bum do petroleo, a internacionalização, a criação da elíte económica composta por políticos, e o consequente prestígio do CEO ao mesmo nível. Infelizmente, estes momentos não foram suficientes para o tornar Presidente de Angola.
O homem era a pessoa mais poderosa de Angola depois de JES, ele era o tal e ali estava a vista o futuro Presidente que, feliz ou infelizmente não foi além da Vice – Presidência da República. As razões que o impediram de consolidar este desiderato devem ter sido fortes, mas de uma coisa tenho quase certesa, o homem não tem estrada política razão pela qual os camaradas o reprovaram. O percurso do Mr. Vi é de um tecnocrata altamente influente no mundo dos negócios, bem como na grande inturrange económica nacional e mundial que se dirigia para a política, a real política e transformou-se, deixou-se tranformar ou foi transformado num players tóxico, mas porem altamente importante nos tempos que correm…
Após ouvir o duro discurso do recem “eleito” Presidente do MPLA, ficou claro que, efectivamente está estabelecida a tão aguardada roptura com o passado manchado com as más práticas que descredibilizaram e desacreditaram completamente o partido, afastando-o das bases de apoio e dos cidadãos.
O Mr.Vi foi parte de um desenho político que o dirigia ao poder em Angola, tanto pela força interna quanto da externa. Agora que a Sonangol já não é tão poderosa, fica claro que esta, já não é o caminho para se chegar a PR. Sem esquecer que no caso da Presidente Dilma no Brasil, as coisas não correram lá tão bem…
Estando afastado da cúpula mais importante do poder no MPLA no último dia 8 do corrente mês, o Mr. Vi sai fragilizado ou fortificado? Torna-se assim num perigo ou um aliado ao sistema?