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Opinião

O “Mercado da fé” em Angola

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Não existe nenhuma sociedade na história da humanidade que, não tenha tido a presença da religião. Apesar de existir a teoria segundo a qual “Deus criou o homem e homem criou Deus”, há sempre um ser supremo para o homem desde o Egípto, Mesopotamia, índia a China. O cristianismo religião fundada no Séc. I por Jesus Cristo, é parte das religiões abraâmicas tal como Judaismo e o Islamismo, esta última fundado por Maomé comerciante a Profeta nas arábias isso no Séc. VII inspirada no monoteísmo do cristianimo.

Hoje o cristianismo vive uma crise séria tanto em países desenvolvidos quantos nos subdesenvolvidos, a fé Cristã vive um mau momento. Os movimentos neopentecostais e suas novas práticas abalam os conservadores que pelejam, mas parecem pouco eficientes de impedir esta nova força do Evangelho da Prósperiade em que a cobiça, a estravagância e a vontade de viver segundo as comcupiciências da carne fez morada nos corações e na vida dos que dizem crêr no Deus Trino. Estas práticas são diametralmente opostas aos preceiros das epístolas da Bíblia o livro Sagrado dos Cristãos. Eric Frattini na sua obra “Abutres do Vaticano. O Papa Francisco na Encruzilhada” destapa um pouco como a Igreja de Pedro vive um momento de grande turbulência desde a resignação de Bento XVI (Joseph Ratzinger), as reformas do Santo Padre o Papa Francisco (Mário Bergólio) e os vários escândalos conhecidos são sinais evidentes que as coisas na Igreja Católica Apostólica Romana não vão bem.

Dos quase 30 milhões de habitantes angolana, 84 % são cristãos segundo o dados do censo da população e habitação realizado em de 2014. A Igreja raramente toma posições a favor das tendências extremas, daí que os partidos de esquerda estão grandemente ligados aos ideiais defendidos pela Igreja. Todos os partidos angolanos são de esquerda e centro esquerda. A chamda Igreja tradicional angolana que esteve envolvida no Naciolismo angolano (Católica e as Protestante IMUA, IEBA, IECA e a Tocoista) têm feito o escrutínio a governação por meio de estudos desenvovidos nas comunidades através da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé e Príncipe-CEAST referente a Igreja Católica e pelo Conselho das Igrejas Cristãs em Angola-CICA referente as Protestantes, que são das mais antigas plataformas religiosas em Angola e têm dado o seu parecer sobre o desepenho das acções do executivo no domínio das políticas públicas que nos últimos anos foram desastrosas… A ultima grande demostração de desencantro entrea o executivo e igreja foi feito pela CEAST que se apresenta em posição oposta quanto a forma gradual para a realização das autarquias.

A Proliferação de Igrejas

Os ventos da queda do Muro de Berlim que marcaram o fim da Guerra-fria, fruto de Perestroika de Gorbatchov, trouxeram para Angola o multipartidarismo, a Democracia e com ela os exercícios das liberdades. Estes ventos abriram a liberdade de crença e culto. Em meados da decada de 90 inicía o fenômeno da Proliferação Religiosa em Angola, associada a falta de soluções políticas dos problemas que o país vivia e ainda vive fruto do contexto internacional e do mau desfecho das primeiras eleições gerais de 1992, a Igreja passou a ser o porto seguro para os milhares de angolanos hávidos de ver suas vidas resolvidos. O fenômeno chamou atenção cpor causa do crescimento dos pedidos de legalização de Igrejas, em que altura só estavam legalizadas pouco menos de 90, mas os pedidos já excediam quase aos mil. Dados apontam que desde finais dos anos 90 que não se lagaliza uma Igreja em Angola. As influências vindas do vizinho Congo, onde esta prática é comum foi também um dos pontos de origens deste desenfreado movimento religioso. É importante realçar que na mesma década desembarca do Brasil a Igreja Universal do reino de Deus com uma nova forma de manifestar a fé baseada na prósperidade dos crentes mediante cobrança de valores monetários, bem como os movimentos neopestecostais que no início de decada de 2000 trouxeram a “boa nova” e fórmula para viver feliz na terra. De lá para cá crescem como cogumelos em quintais, armagéns, prédios enfim grandemente em bairros perifericos com falta de tudo menos Igreja, ou seja existem, mais Igrejas do que escolas, hospitais, farmácias, cantinas ou fontenários de águas.

1200 denominações cristães concentradas em 6 plataforams ecuménicas nomeadamente: O conselho de reavivamento em angola (cira), união das igrejas do espírito santo (uiesa), o fórum cristão angolano (fca), a aliança das igrejas africanas (aia), a igreja de coligação cristã (icca) e a convenção nacional de igrejas cristãs em angola (conica). São estas que criam pastores ricos e crentes miseraveis. De lembrar que durante 8ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, realizada no Huambo em Agosto último, segundo a qual estabelece requisitos mais rigorosos para a legalização do exercício da actividade religiosa no país. Segundo o mesmo diploma questões como cobranças de quantias monetárias, e atitudes que desequilibram as famílias e desestabilizam a sociedade serão acautelados neste novo documento. A começar na ultima semana o decreto executivo conjunto 01/2018 que visa normalizar o exercício da liberdade de religião, crença e culto expresso na Constituição da República de Angola-CRA. Este documento revoga a circular número 228/15, 25 de Junho, do Ministro da Justiça, sobre as seis plataformas ecuménicas que condensavam as milhares de Igrejas não reconhecidas pelo Estado angolano. Estas Igrejas e suas práticas lesam a sociedade angolana e a Constituição nos números que, nos números 1, 2 e 3 do Art. 10 retrata a Laiçidade do Estado, o respeito as diferentes confições religiosas, proteção as igrejas e confissões religiosas bem como seus lugares de cultos desde que estes não atentam contra a CRA e a ordem pública e se comformem com a constituição e a lei. O que temos vindo a assistir no país é um total desrespeito a lei, promiscuidade religiosa e uma verdadeira falta de autoridade de quem tem a missão de proteger os cidadãos e seus interesses. Havendo necessidade de repor a ordem eis que surge um decreto presidencial visando por ordem no cerco. É importante voltar no tempo e relembrar que muitas destas igrejas possuiem relação priviligiadas com a classe detentora do poder executivo, principalemente em momentos eleitorais observa-se a estreita relação de proximidade, num olhar impavido das conhecidas igrejas conservadores e tradicionais. Quando o conhecido Reverendo Antunes Huambo, um dos percursores das referidas plataformas e lider de umas delas, afirmará em pleno debate da Tv Zimbo “A cor vermelha da bandeira do partido MPLA representa o sangue de Jesus Cristo vertido na Cruz” uma verdadeira heresia foi o mais evidente sinal da alta promiscuidade destas plataformas com o partido no poder. Após isso, o mesmo reverendo foi promovido a administrador de um dos municípios em Luanda. Conscidência?
Na verdade a nossa situação é mais grave, facto demostrado na recente e tão aguardada reportagem do novo programa da TPA denominado na Lente do Jornalista Kabingano Manuel é o mais próximo do real cenário de um verdadeiro mercado da fé instalado em Angola onde, os crentes estão cada dia mais pobres pagando desde a água, lenços, vassouras “milagrosas”, ao passo que os pastores se transforma em verdadeiros milionários. É visível a maneira ostentosa que vivem exibindo bens de luxo desde carros, casas, roupas, joias e outros. Ser Pastor nesta nova Galáxia Cristã é sinónimo de saída da pobreza, os também chamados “homem de Deus” são poderosos, respitados, temidos e influentes isso torna a situação mais perigosa por causa da manipulação e poder que exercem sobre os fracos e pobres fieis que apenas obedecem absolutamente a tudo…

Termino com duas chamadas de atenção. Primeiro acho negativa a forma pouco amistosa que o Estado angolano lida com o islão. “ Islão é religião terrorismo é política”. A religião islâmica não está apenas a granjear mais seguidores. Os próprios muçulmanos estão também a tornar-se mais religiosos. (Kishore Mahabubani autor da obra a Queda do Ocidente). O Mesmo autor alerta ainda que, é errado pensar que o desenvolvimento e a modernização conduzem a menos religião e mais secularismo, uma vez que alguns dos Estados mais desevolvidos do Mundo são Muçulmanos teocráticos e investem fortemente na religião e na melhoria da vida dos seus fieis exemplo: Turquia, Arábia Saudida, Indonésia, Emirados Árabes Unidios-EAU, Índia e outros. Portanto, enquanto os Cristão empobrecem os fieis enrriquecendo os pastores, os Muçulmanos investem cada vez mais na religião e formação de novos fieis e lideres da religião que mais cresce em todo mundo com incidência nos países mais desenvolvidos.

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