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O funeral de Savimbi e a credibilidade de Samakuva – Félix Sambinja Abias

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Está decidido para o bem da reconciliação nacional: o fundador da UNITA, Jonas Savimbi, morto em combate, nas matas do Lucusse, terá finalmente um funeral condigno ainda este ano. O enterro dos restos mortais de Jonas Savimbi, que tem a ‘mão’ do Presidente da República, João Lourenço, marca um encerramento de um capítulo que já dura 16 anos, cumprindo com o ritual mais importante de qualquer família enlutada.

Entretanto, se por lado temos um João Lourenço que encarou o funeral como uma questão óbvia, temos por outro lado um Samakuva que, 15 anos depois de estar à cabeça da UNITA, não teve peito para abrir um debate à volta dos casos de várias figuras mortas por ordens de Jonas Savimbi. E aqui não há volta a dar: as mortes do antigo vice-presidente António Dembo, do general Bock, de Tito Tchinguji e Wilson dos Santos, todos por ordem de Jonas, engrossam a imensa lista de funerais por realizar. E isto é para resolver internamente, sem papel relevante do Executivo.

Era só o que faltava! Falta aqui um congresso da reconciliação na UNITA onde estes e outros casos são levantados e tratados com coragem e honestidade necessárias, sem procurar culpados, mas deixar também as famílias realizarem os funerais dos seus entes tal como reclamam do Executivo o funeral de Savimbi. Não é só reclamar dos outros. A postura de Samakuva, que lhe deixa com a imagem e credibilidade de rastos, lembra o velho ditado: faça o que digo, não o que faço.

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