Editorial
O Crédito bancário e as inverdades do BPC
A suspensão dos créditos bancários a empresas e particulares foi, e continua a ser, uma das principais consequências da crise económica financeira que assola o País há alguns anos. Uma medida que começou no BPC, o maior Banco da rede pública e que se estendeu a outros bancos comerciais.
A medida que prejudicou o débil sistema empresarial ao nível das micro e medias empresas arrasta-se e todos os anos e empobrece ainda mais o tecido social nacional. É assim que o País aguarda com espectativas a reabertura dos créditos bancários.
Neste senda, o BPC anunciou em 2017, através do seu PCA, Alcides Safeca, a retomada dos créditos em 2018. Falando a imprensa momentos após a sua tomada de posse, o economista teria garantido que tela correria em 2018.
Na altura o responsável fez saber que apar da crise financeira o banco que dirige suspendeu as operações de crédito por ter, na época, cerca de 500 mil milhões de kuanzas na carteira de crédito mal parado.
Chegado o ano de 2018, ano em que segundo as promessas públicas o banco retomaria os créditos e cumprido já o primeiro trimestre do mesmos os clientes do BPC questionam a falta de esclarecimentos sobre o assunto,
De lembrar que em janeiro deste ano um alto dirigente do mesmo banco garantiu a retoma dos créditos, incluindo o BPC Salário, destinado, maioritariamente, aos funcionários públicos com realce para as forças de defesa e segurança.
A data prometida para a retoma era 1 de Abril mas, até aqui, 10 de Abril, o referido Banco ainda não se pronunciou sobre o assunto o que, segundo especialistas, demonstra a falta de capacidade financeira para cumprir com a sua promessa, pois passado todo esse tempo o mesmo continua a enganar a opinião pública com inverdades.
Recorde-se que o BPC entrou numa situação de pré-falência, por isso, beneficiou de uma dívida emitida pelo Estado, seu principal acionista, com maturidade de 10 anos e juros de 7,5% ao ano.
O BPC que atende o maior número de funcionários públicos, fruto do seu monopólio a eles, tem balcões nas 18 províncias do País e é, como dissemos, o maior banco comercial do País com 444 balcões de atendimento, desde que foi criado em 1991.