O Gabinete de Comunicação e imagem do Governo, em comunicado divulgado naquela cidade, reconhece a gravidade da alegada orientação, daí estar a envidar diligências no sentido de aferir a veracidade do referido documento.
O Governo de João Baptista Kussumua reafirma o compromisso com os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, considerando estes como sendo pilares fundamentais para a sã convivência e consolidação do Estado de direito e democrático.
Enquanto isto, fontes ligadas a alguns órgãos de comunicação naquela cidade contrariam a versão do Governo local e confirmaram a OPAÍS ter acusado a recepção do mesmo documento, cujo conteúdo os surpreendeu pela negativa, no que consideram uma flagrante violação a lei de imprensa e dos direitos fundamentais do homem.
“Recebemos sim este documento e agora querem limpar a sua imagem com estas desculpas, só porque o assunto está a gerar polêmica”, revelou fonte familiarizada com o assunto, tendo acrescentado que quando questionaram as razões desta medida, os dignitários do referido documentos alegaram não ser por mal, apenas para manterem-se informados acompanhando as notícias.
Contactada sobre o caso, a vice-governadora da área Política, Social e Económica, Maricel Martinho Capama, citada no documento como a fonte da ideia, negou ter dado qualquer orientação neste sentido, tendo assegurado relacionar-se muito bem com a imprensa. Maricel Capama disse também não fazer qualquer sentido proceder a uma orientação daquela natureza conhecendo os princípios da Lei de Imprensa.
“Nós, Governo do Huambo, estamos a tentar averiguar se a senhora directora provincial da Comunicação Social fez ou não o referido documento”, finalizou. Questionada, a directora provincial da Comunicação Social, Dolina Tchinhama, recusou prestar-nos qualquer informação, sob o argumento de estar adoentada.
Entretanto, o assunto gerou um ambiente de protesto no seio da classe do jornalismo nacional, tendo o sindicato afirmado “não existir nenhuma tutela de mérito das delegações do Ministério da Comunicação Social sobre os órgãos”.
“Não devem interferir na gestão editorial dos órgãos de comunicação social. A orientação de submeter a pauta para apreciação quer dizer que você pode condicionar a gestão editorial. Não há nada, quer constitucionalmente, quer na lei de imprensa, que obrigue a isso”, afirmou Teixeira Cândido, tendo acrescentado não compreender a origem desta autoridade.