Educação Financeira
O álcool como inimigo da sua poupança e saúde
Esta semana e pela segunda vez consecutiva venho falar de uma outra substância que provoca habituação, adição ou vício. Estou a falar do álcool.
O álcool deve ser das bebidas mais antigas e consumidas depois da água. O sumo de uva é fermentado gerando o gás que é o álcool, o que é o caso do vinho. O álcool tem várias formas ou produtos que têm álcool:
– vinho, espumantes, etc
– cerveja
– bebidas destiladas
– bebidas a partir de fruta fermentada
O alcoolismo é uma doença de habituação ou dependência a partir do consumo rotineiro e em excesso de produtos com álcool. Há milhões de ser humanos com esta dependência e ela ultrapassa classes sociais, níveis de formação académica, profissões, rendimentos, etc. Contudo, há um padrão quase consistente: a pobreza material. Este estado gera maior número de consumidores de álcool e dependência.
Há ainda outra evidência de que há dezenas de anos (pelo menos!) em todo o mundo, o consumo exagerado, descontrolado e viciante do álcool entre os jovens. O álcool, quando consumido sem racionalidade, provoca a perda/redução a estímulos dos sentidos do ser humano. É uma das maiores causas de morte em acidentes de viação no mundo, mas também em jovens feridos para o resto da vida e com isso perde-se força de trabalho na «flor da vida». O consumo desmesurado provoca faltas ao trabalho, perda de sentido de responsabilidade nos trabalhos e responsabilidades em casa e no trabalho. Gera perda do emprego e problemas disciplinares nas empresas, além de outra natureza como de ordem criminal.
Os jovens, a grande camada da sociedade africana tem genericamente problemas com o álcool. O consumo matinal e ao longo do dia. A cerveja pela sua natureza comercial de baixo custo é a «rainha» do álcool consumido em Angola e em África. O dinheiro que se gasta em bebidas alcoólicas sozinhos ou em grupo («kambas»), em família é muito elevado pela quantidade de cervejas consumidas. Pagar «rodadas» é algo cultural entre os jovens. Como está bem à vista, o álcool em demasia é um malefício industrial para o consumo de massas. Os jovens precisam de terem bem cedo, na sua infância, contacto como saber o que é o álcool, grau ou percentagem de álcool, os malefícios, as consequências para si, para a sua saúde e ainda para conviver em sociedade.
Beber com moderação é um devir pessoal ou individual. Beber ou não beber pode ser uma questão individual, mas para não haver fundamentalismos ou extremismos, na minha opinião cada cidadão deve saber:
– quanto dinheiro tem para poder consumir álcool sem colocar em causa prioridades como alimentação, vestir, calçar, despesas da casa e dos filhos;
– qual é o seu limite antes de ficar embriagado(a);
– não ser emocionar e não ser influenciável pelos amigos, levando a consumir e a gastar dinheiro que não tem, levando a dívidas («kilapis»), que mais tarde poderão acarretar problemas para pagar essas mesmas dívidas;
– se está a tomar medicação que pelo consumo do álcool possa pôr em causa o tratamento;
– se uma mulher toma a pílula contraceptiva, deve ter atenção para evitar o álcool e não ter surpresas de gravidez indesejável;
– se está grávida, evite de todo o consumo de álcool;
– se está numa zona e com gente tendencialmente conflituosa, o álcool é o acelerador de confusões.
Lembre-se, beber um copo de vinho, de cerveja às refeições segundo os médicos faz bem à saúde. Isto chama-se beber com moderação. A suas finanças pessoais agradecem. A sociedade com consumo de álcool moderado é uma sociedade mais tolerante, mais pacífica e disponível para viver a juventude com alegria sem arrependimentos.
Beba com moderação. Festeje com quem mais, e no dia seguinte está bem consigo mesmo e com o mundo.