África
Novos protestos em Moçambique resultam em dez mortos
Em Moçambique, pelo menos 10 pessoas foram mortas e 63 feridas por tiros durante protestos após resultados eleitorais contestados, informaram associações médicas.
As manifestações eclodiram depois que a Comissão Eleitoral de Moçambique declarou o partido que governa, FRELIMO, o vencedor das eleições de 09 de Outubro, estendendo seu governo de 49 anos. Os grupos de oposição e observadores alegaram que a eleição foi marcada por fraude.
Em resposta aos protestos, a polícia usou gás lacrimogêneo e munição real, com o ministro do Interior, Pascoal Ronda, afirmando que as forças de segurança agiram para restaurar a ordem em meio a protestos violentos. Entre 18 e 26 de Outubro, foram registados 73 tiroteios, resultando em 10 mortes, de acordo com um comunicado da Associação Médica de Moçambique e da Ordem dos Médicos de Moçambique.
A Human Rights Watch, confirmando de forma independente 11 mortes e mais de 50 feridos graves, observou que os números reais podem ser maiores, já que muitos feridos não se apresentaram aos hospitais.
As tensões continuam altas, especialmente depois que um advogado e uma autoridade da oposição foram mortos poucos dias após a votação.
O candidato da oposição Venâncio Mondlane, que ficou em segundo lugar, mas reivindica a vitória, convocou novos protestos a partir de quinta-feira. Residentes em Maputo, antecipando mais distúrbios, foram vistos estocando itens essenciais na quarta-feira.