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Novo centro de hemodiálise é “um investimento de alta qualidade”, diz PR

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O presidente João Lourenço considerou “um investimento de alta qualidade” o novo centro de hemodiálise, que ontem inaugurou, no Benfica, província de Luanda, com capacidade para atender 420 pacientes por dia.

João Lourenço destacou que o novo centro “não fica atrás de nenhum outro centro de hemodiálise no mundo”.

Segundo o chefe de Estado, o tratamento é gratuito, frisando que tem sido feito um investimento muito grande no sector social, muito em particular na saúde, lembrando que, há dois anos, havia muita pouca capacidade de atendimento de doentes que necessitam de hemodiálise.

“O investimento é grande, não só em hemodiálise, mas em unidades de saúde de uma forma geral e vamos continuar a trabalhar no sentido de fazer com que os angolanos não tenham mais a necessidade de viajar para o exterior do país em junta médica para se tratar”, disse.

O Presidente angolano sublinhou que o executivo procura com esses investimentos inverter o quadro, fazendo com que a “despesa grande que o Estado vem abarcando ao longo dos anos a custear junta médica no exterior” seja antes investida em Angola.

“Esta é a nossa política, estamos a executá-la nos últimos dois anos, sobretudo, de forma lenta, mas bastante segura”, afirmou.

O chefe de Estado angolano citou investimentos do género já realizados ao longo dos dois últimos anos, nomeadamente nas províncias de Luanda, MoxicoHuíla, adiantando que o de Benguela deve ficar pronto no primeiro trimestre do próximo ano, bem como o de Cabinda.

“Vamos na medida do possível procurar fazer com que pelo menos cada capital de província tenha um centro de hemodiálise, porque reconhecemos que o país é grande e quem vive numa província onde esses serviços não são servidos tem que quase que mudar de casa com a família e isso traz transtornos bastante grandes”, referiu.

João Lourenço enalteceu os esforços para os investimentos no sector da saúde, mesmo com um orçamento “aquém” do necessário.

“A verdade é que mesmo estando aquém, nós estamos a fazer bastante, imagina se tivéssemos programado os valores que seriam os ideais. Mesmo não sendo os ideais reconheça-se que ultimamente o investimento feito na saúde tem sido grande”, disse.

Problema de saúde pública

A ministra da Saúde angolana disse ontem que a insuficiência renal é um problema de saúde pública em Angola, marcado por um número crescente de pacientes, estimado até este mês em cerca de 1.500 pacientes em todo país.

Sílvia Lutucuta, que discursou na inauguração do maior centro de hemodiálise de Angola, disse que o impacto da doença na sociedade começa a ser significativo.

A governante angolana disse ainda que a hipertensão arterial é apontada como a primeira causa da insuficiência renal crónica em Angola, seguida de diabetes, e como causa da insuficiência renal aguda, uropatia obstrutiva e a malária.

Segundo Sílvia Lutucuta, a mudança do padrão epidemiológico que se assiste no país é causada fundamentalmente pela alteração do estilo de vida, que leva ao aumento da incidência de doenças crónicas não transmissíveis, das quais destaca-se a insuficiência renal, que pela sua dimensão tem provocado um impacto negativo na vida das pessoas e constitui uma subcarga crescente para a economia do país e particularmente para os serviços hospitalares e sociais.

“São também relevantes como factores de risco mais frequentes no nosso país, para além da diabetes, hipertensão arterial, os erros alimentares, a obesidade, o sedentarismo, o consumo de tabaco e álcool, que também potenciam o risco de desenvolver a doença renal”, frisou.

A titular da pasta da Saúde em Angola salientou que a questão da insuficiência renal reveste-se de particular importância, requerendo esforços e apresentando desafios na sua abordagem, que deverá estar assente na melhoria de prestação de cuidados de saúde multidisciplinares aos doentes, na cooperação entre sectores, na estratificação de risco da população e na melhoria da comunicação entre doentes e prestadores de saúde.

De acordo com a ministra, a hemodiálise é um desafio nacional com elevados custos financeiros para o Estado, nesse sentido, está a ser implementado um programa de centros públicos e regionais, baseado na eficiência técnica e na melhoria contínua da qualidade dos cuidados de saúde e satisfação dos doentes, e, por outro lado, não menos importante, a redução e custos.

Por Lusa




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