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“Nossa luta contra a cólera exige mais do que tratamento médico”

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Durante a cimeira virtual da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, convocada esta sexta-feira, 02, de urgência, devido o surto de cólera que assola a região, o presidente em exercício da SADC alertou para a necessidade de se traçar um plano integrado para conter a propagação transfronteiriça da doença.

“A nossa luta contra a cólera exige mais do que o simples tratamento médico, ela requer uma estratégia abrangente que integre a promoção da saúde nas comunidades, cuidados de saúde de qualidade, gestão eficaz de casos e o uso estratégico de vacinas orais contra a cólera, como medida preventiva”, disse, João Lourenço, tendo ressaltado que muitos desses países “dispõem de recursos limitados para aquisição de produtos médicos, vacinas, testes e reagentes laboratoriais, para a prevenção e a gestão adequada e oportuna dos casos”.

Desde 2023, “houve um alarmante número de casos e óbitos por cólera nos Estados atingidos por ciclones devastadores como na Zâmbia, no Zimbabwe, no Malawi, em Moçambique e na República Unida da Tanzânia, agravado, este ano, pelas chuvas e as inundações que serviram de rastilho para uma nova onda de casos, o que representa um obstáculo à nossa agenda de desenvolvimento económico e social da região”, referiu.

À lista de países assolados pela doença, soma-se a República Democrática do Congo, que juntamente com a Zâmbia, fazem fronteira com Angola, deixando as autoridades de saúde no país em alerta.

“O mais preocupante ainda é a nossa capacidade limitada no acesso às vacinas, pelo que precisamos de desafiar as normas existentes e adaptá-las ao contexto actual, para que os países possam ter um acesso oportuno, equitativo e em quantidades seguras para todas as populações em áreas afectadas e de alto risco, nomeadamente populações vítimas de catástrofes naturais e de zonas fronteiriças com casos activos”, ressaltou, o Chefe de Estado angolano, reforçando ser “urgente que se fortaleçam os mecanismos de transferência tecnológica e se invista em fábricas para a produção local de medicamentos, produtos médicos e vacinas, visando a auto-suficiência, garantindo também o desenvolvimento económico e tecnológico, criando empregos e incentivando a inovação do sector farmacêutico da região”.

De ressaltar que, no passado sábado, os Ministros da Saúde da SADC realizaram uma reunião para adoptarem medidas que visam travar o surto. Até ao momento, já foram registados mais de 600 casos de cólera e 1600 mortes, sendo a Zâmbia e o Malawi entre os países com o maior número de casos da doença.

“A nossa preparação para emergências de saúde pública constitui uma exigência vital, no momento actual. Devemos estar prontos para enfrentar e superar os desafios que se colocam, tendo em conta que a prevenção é a chave do problema”, vincou.

Segundo dados do Escritório Regional da Organização Mundial da Saúde para a África, desde Janeiro de 2022, a região da SADC registou um total de 259.325 casos de cólera com 4.695 mortes.

A cólera é uma doença bacteriana infecciosa intestinal aguda, transmitida por contaminação fecal-oral directa ou pela ingestão de água ou alimentos contaminados. Os principais sintomas são diarreia e desidratação. É fatal se não for tratada imediatamente.

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