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Nigéria quer transformar casa do fundador do Boko Haram em museu

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Mohammed Yusuf, um pregador muçulmano carismático, fundou o seu movimento islamita radical num bairro de Maiduguri, capital do Estado de Borno, no nordeste da Nigéria, em 2001.

À época, o seu movimento atraiu muitos membros, em particular jovens estudantes, desiludidos com a corrupção dos líderes e com o poder dominante, que se reuniam no ‘Markaz’ (centro, em árabe), onde havia dormitórios e uma mesquita.

Transformar este local num museu será um meio de “documentar, preservar e arquivar a história” da Nigéria, considerou o ministro da Informação, Muhammad Bulama.

“A insurreição do Boko Haram marca um ponto de viragem fundamental na história de Borno”, o antigo império de Bornu, um entreposto comercial rico desde o século XIV, disse o governante nigeriano.

O centro corânico está em ruínas, depois de o exército nigeriano ter invadido o local em julho de 2009, num ataque que durou seis dias, e que fez perto de 800 mortos, incluindo Yusuf, alguns dias depois de ter sido detido.

Foi neste momento que o novo líder do movimento extremista, Abubakar Shekau, decidiu pegar nas armas e liderar o conflito. Alguns anos mais tarde, o líder do grupo radical quis criar um califado na zona do Lago Chade.

O ‘Markaz’ reunirá “todos os objetos relacionados com a insurgência”, disse o ministro à agência francesa France-Presse, rejeitando a ideia de que o local possa glorificar a imagem de Mohammed Yusuf.

“A nossa história não pode ser escrita sem referência ao Boko Haram. Precisamos de ter uma imagem clara e justa do que aconteceu”, defendeu.

A grande cidade do nordeste da Nigéria, que ainda é alvo de ataques-suicida e que abriga quase um milhão de pessoas deslocadas pelo conflito, terá que encontrar uma paz duradoura e reconstruir a sua imagem, antes que turistas ou estudantes venham visitar os museus.

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