África
Nigéria: ataque aéreo mata civis confundidos com rebeldes que devastam região Norte
Pelo menos 20 mortos e dez feridos é o número de vítimas civis de um ataque aéreo militar nigeriano contra grupos armados no noroeste daquele país do norte africano.
Os civil, trabalhavam todos em unidades de segurança comunitária, devido ao estado devastado por conflitos armados em que se encontra a região.
Este foi a terceira vez que tropas militares nigerianos atacam alvos errados em menos de um ano, relata a imprensa internacional, que cita autoridades e moradores da região.
Os bombardeios aéreos militares pretendiam atingir extremistas e grupos rebeldes que actuam na região nordeste nigeriano.
O porta-voz do Estado de Zamfara, Sulaiman Bala Idris, disse que a Força Aérea da Nigéria estava atacando rebeldes nas áreas mais afectadas de Zurmi e Maradun, neste domingo, 12.
“Lamentavelmente, alguns membros da Força-Tarefa Conjunta Civil e vigilantes locais também foram afectados durante a operação em Tungar Kara, resultando na perda de vidas”, disse Idris em um comunicado, dizendo que eles foram “identificados erroneamente como bandidos fugindo” da área.
Até ao momento as autoridades nigerianas não avançaram o número oficial de vítimas do ataque, nem a força aérea se pronunciou, à reportagem da AP, um morador local disse que contaram até 20 corpos enquanto outros 10 estavam a ser tratados por ferimentos.
Enquanto isso, o governo de Zamfara chamou o ataque aéreo de fim de semana de “bem-sucedido”, pois “visou decisivamente bandidos” em um “ataque renovado” pelos militares.
“Continuaremos a oferecer suporte para aprimorar o compartilhamento de inteligência, fornecer logística e fortalecer o engajamento da comunidade”, disse a declaração.
Os militares da Nigéria frequentemente conduzem ataques aéreos para combater a violência extremista que desestabilizou o norte do país. Esses ataques aéreos já vitimaram mortalmente cerca de 400 civis desde 2017, de acordo com a empresa de pesquisa SBM Intelligence, sediada em Lagos.
Em dezembro de 2023, mais de 80 civis foram mortos por engano durante uma reunião religiosa no Estado de Kaduna, no Norte. Em maio de 2024, o exército nigeriano disse que dois de seus funcionários seriam julgados por tiro falhado. No entanto, nunca divulgou as descobertas da investigação, razão pela qual, grupos de direitos humanos criticam falta de transparência.