“Não temos qualquer candidato favorito”, diz porta-voz do IX Congresso da JMPLA

Três militantes já formalizaram as suas candidaturas ao cargo de 1º Secretário Nacional da JMPLA, tendo em conta o IX Congresso Ordinário da mocidade do MPLA, que terá lugar nos dias 21, 22 e 23 de Novembro próximo.

Cinco candidatos entraram na disputa à liderança da juventude do partido que sustenta o Governo. Para sabermos mais sobre o andamento dos preparativos da festa da democracia no seio da juventude dos camaradas, entrevistamos a porta-voz do conclave, Tatiana Mbuta.

Leia abaixo a entrevista 

Neste congresso há um número reduzido de candidatos. Era expectável que, em função do tempo do anúncio, tem a ver com a cláusula ligada à idade para concorrer ou tem a ver com alguma disciplina partidária?

Nenhuma, nem outra. Não tem a ver nem com a idade, nem com a disciplina partidária. Todo militante, tal como tem deveres, também tem direitos, e nós temos estado a acompanhar que os jovens estão prontos, devem estar prontos e estão prontos para assumir determinadas responsabilidades, no caso, determinados cargos. E, prontos, as candidaturas foram abertas no passado dia 20, isto na última sexta-feira, e, em princípio, terminam no dia 26, estamos a falar de depois da manhã, dia 26 do mês corrente, onde, como disse bem até o momento, rececionamos três candidaturas, mas, diferente do congresso passado, nós já estamos com um número acima.

Se olharmos e se recuarmos, há cinco anos, no oitavo congresso, houveram apenas duas candidaturas, nós ainda temos dois dias para a recessão das candidaturas e já temos três candidatos. Então, ainda vamos continuar a aguardar, até lá, que mais candidatos se dirijam à sede nacional do MPLA, onde está a ser feita a entrega das candidaturas, para, então, depois, a nível da comissão, ou da sua comissão de candidaturas, ser analisado se os candidatos, de facto, reúnem requisitos para concorrer ao cadeirão máximo da nossa organização.

Como está a ser essa experiência, apegando-me à afirmação de Crispiniano, primeiro-secretário-nacional da JMPLA cessante, neste ensaio do processo democrático na juventude do MPLA?

Bom, como disse, o oitavo congresso, que ocorreu em 2019, já tivemos múltiplas, ou duas, candidaturas, a nível do órgão máximo da JMPLA. E tivemos múltiplas candidaturas, a nível das organizações de base e estruturas intermédias. Entretanto, não está a ser o primeiro exercício, a nível da organização. Então, está a ser uma experiência boa, não só para nós que estamos a acessar, para a Comissão Nacional Preparatória, mas para todos os militantes, porque, de facto, o congresso é isso.

Nós estamos, neste momento, a cumprir com vários objectivos, desde o balanço daquilo que são as actividades deste quinquénio que termina. Estamos, desta forma, também a demonstrar o aprofundamento do exercício da democracia interna, o que está também a permitir a observância da liberdade de discussão de ideias e, obviamente, eleições a nível dos órgãos e organismos da JMPLA.

Existe algum candidato que tenha o respaldo da direcção do partido?

Olha, curiosamente, hoje reunimos com a direção central do partido, a reunião foi presidida pela camarada Luísa Damião, vice-presidente do MPLA, onde ficou visível mais uma vez, onde ficou claro mais uma vez que o partido não vai interferir de maneira alguma neste processo.

Obviamente, temos o apoio, como sempre tivemos o apoio do partido e, a nível das estruturas intermédias e das organizações de base, a JMPLA também conta, contou e conta e vai continuar a contar com o apoio do partido, mas não temos qualquer favorito, se quisermos, do partido.

Há possibilidade de existir candidatos que venham de fora de Luanda? Estamos a falar que não sejam da praça tradicional, a capital angolana?

Esperamos que sim. Estamos abertos, preparados, temos as condições criadas para o efeito. Se me perguntar, actualmente, o nosso actual primeiro secretário, de onde vem? Vem do Cunene. Ele, camarada Crispinano dos Santos, vivia na província do Cunene e foi, então, viu-se requisito para concorrer ao cargo de primeiro secretário nacional em 2019 e concorreu e está aqui a cumprir o seu mandato, que termina já em Novembro deste ano. Portanto, não há qualquer obstáculo, não há qualquer impedimento dos militantes de Cabinda ao Cunene, Benguela ao Moxico, de concorrerem ao Cadeira ao Máximo.

O nosso muito obrigado, senhora Tatiana Mbuta, a quem quero agradecer pela sua disponibilidade e contamos consigo nos próximos momentos para actualizar informação sobre os aspirantes ao cargo máximo da JMPLA.

Somos nós quem agradecemos a vossa colaboração, o vosso apoio de sempre. Gostávamos apenas também aqui de realçar que a nível das províncias, dos comitês provinciais, as assembleias provinciais vão ocorrer de 12 a 15 de Outubro, o que quer dizer que os primeiros secretários provinciais da JMPLA serão eleitos de 12 a 15 de Outubro.