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“Não temos nenhum apoio institucional”, diz direcção da UEA

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O Secretário Geral da União dos Escritores Angolanos, David Capelenguela, disse nesta sexta-feira, 27, que a instituição não tem qualquer fonte nem perspectiva para o pagamento dos salários que estão atrasados há cerca de dois anos.

São no total 24 trabalhadores da UEA que estão há cerca de 20 meses sem receber os seus salários. A última vez que os trabalhadores receberem salários foi em Dezembro de 2020.

O Secretário Geral da UEA revelou ao Correio da Kianda, que a situação data de há cerca de 10 anos, quando aquela instituição de utilidade pública começou a registar dificuldades de fórum económico.

“O que estamos hoje a viver são simplesmente as repercussões de situações que vêm de lá atrás”, considerou, acrescentando que os apoios que a instituição recebia permitia minimizar a situação, pois conseguiam pagaram os salários.

O responsável revelou que por se tratar de uma instituição de utilidade pública, a União dos Escritores Angolanos tinha apoios de várias instituições, como o Banco Sol, o BDA e a Sonangol, que financiavam os seus projectos. Entretanto, com o agravar da crise económica no país “estas instituições começaram a reduzir os apoios a ponto de hoje não termos nenhum apoio”.

Quanto aos valores que a instituição recebe do OGE, por meio do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente, David Capelenguela revelou que há já algum tempo que a instituição deixou de receber e aquele departamento ministerial, na voz do seu titular, com que garante estar em constante contacto, diz estar com dificuldades para fazer chegar os apoios.

David Capelenguela esclarece ainda que os apoios que recebe do governo, não servem para o pagamento dos salários aos trabalhadores, “mas ajudava a realizar as actividades para as quais recebemos os tais valores”. “Essa situação fez com que a própria acção da União estivesse moribunda como está hoje”, acrescentou.

O Secretário Geral da União dos Escritores angolanos explicou que pelo facto de os valores que a instituição recebe do OGE “nunca servirem para o pagamento dos salários”, a estratégia tem sido enquadrar financeiramente os trabalhadores nos vários projectos de financiamento de que vinham recebendo.

Questionado do posicionamento das instituições acima citadas, David Capelenguela disse que a Sonangol continua interessada em apoiar, mas que a actual situação financeira da empresa dificulta a canalização de apoios, e que tão logo seja possível deverá fazê-lo, tendo citado, para o Correio da Kianda, uma carta resposta em posse da direção da UEA quando esta recorreu a petrolífera estatal em socorro às dificuldades salariais.

Quanto a fundação Sol, do banco com o mesmo nome, o SG da UEA disse que revelou-se incapaz de continuar com os apoios.

Fontes de renda

A União dos Escritores Angolanos possui um imóvel no bairro do Alvalade, em Luanda, com 28 escritórios, para arrendamento e que, segundo o responsável, ajudava nas despesas correntes da Instituição. A última vez que o arrendatário pagou à UEA foi em 2020, quando fez um adiantamento que está a se reverter para as obras de reabilitação de que o imóvel está a beneficiar a cargo do arrendatário, num contrato que vai até 2023.

Quanto ao Jango que se encontra em exploração por uma entidade privada, no interior da União do Escritores Angolanos, David Capelenguela disse que a mesma está também a enfrentar dificuldades financeiras, “por isso não paga”.

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