Politica
“Não sejamos pessimistas”, aconselha especialista sobre adiamento da visita de Biden a Angola
Em declarações à Rádio Correio da Kianda, o especialista em Relações Internacionais, Crisóstomo Chipilica, lamentou o adiamento da visita do Presidente Joe Biden a Angola prevista para os próximos dias 13 a 15 de Outubro.
Segundo ele, esta visita seria, de facto, uma visita histórica, benéfica, não só para a nossa diplomacia, mas também do ponto de vista económico, questões geoestratégicos, geopolíticas, ao nível não só regional, mas como também aquelas questões que realmente preocupam a humanidade.
“Não sejamos pessimistas, como angolano, e na minha forma de análise republicana, é muita pena, porque esta visita seria, de facto, uma visita histórica, seria uma visita benéfica, não só para a nossa diplomacia, mas também do ponto de vista económico, questões securitárias, questões geoestratégias, geopolíticas, ao nível não só regional, mas como também aquelas questões que realmente preocupam a humanidade, direitos humanos, e isso seria bastante importante, de facto, passar em revista com o Presidente norte-americano em Angola, sendo uma primeira visita de Estado a um país africano, do sudoeste africano, neste caso, em particular, Angola”, disse.
Crisóstomo Chipilica avançou que a deslocação de Biden a Angola, surge num contexto particular em que se avizinham as eleições presidenciais no próximo mês de Novembro, que do ponto de vista eleitoral, podem, beliscar o Partido Democrata.
“Se avizinham as eleições presidenciais no próximo mês de Novembro e que, naquilo que é a agenda da política externa democrata, é muito importante que os democratas ganhem essas eleições, tenham uma agenda de continuidade da sua política externa e que estão a fazer, do ponto de vista de gestão política, não só a nível da sua política externa, mas também ao nível interno, diga de passagem, cálculos que, do ponto de vista eleitoral, podem, de facto, beliscar o Partido Democrata. Daí que, esta decisão que a nós, ao nosso executivo, apanha de surpresa e, de facto, pode, de alguma forma, criar, não na perspectiva do mal-estar, mas sim aquilo que era a expectativa maior, não só também um pouco emocional, ao nível da nossa diplomacia, do ponto de vista da agenda, dos preparativos que estavam a ser preparados para a recepção desta imponente figura internacional”, ressaltou.
Entretanto, o especialista em Relações Internacionais, parabenizou o Executivo angolano, ao nível do Ministério das Relações Exteriores, pela nova vitalidade diplomática, fez com que esta visita pudesse, acontecer em Angola.
Chipilica destacou que do ponto de vista da agenda da política externa americana, não significa que esta visita será cancelada, mas, por uma questão de precaução, do interesse maior, que é o interesse nacional americano, que está em primeiro lugar, fez com que essa visita não aconteça no dia 13 a 15 de Outubro.
A Casa Branca anunciou na tarde desta terça-feira, que o Presidente Joe Biden adiou a sua viagem a Angola. Em causa, segundo o Governo norte-americano, está a necessidade de “supervisionar os preparativos e a resposta ao furacão Milton, além da resposta contínua aos impactos do Furacão Helene em todo o Sudeste”.
A agenda inicial era que Biden chegasse a Luanda após uma deslocação a Alemanha, prevista para esta quinta-feira.
O Estado da Flórida está em alerta para a chegada amanhã do furacão Milton, de categoria 4, numa escala de 5. A previsão é que em alguns pontos chova mais do que o previsto para todo o mês, chegando até a 457 mm de chuva em locais isolados.
Até o momento, a Casa Branca ainda não avançou uma nova data para a viagem a Angola.
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